A cigana leu o meu destino – e eu não gostei…

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Salve galera tricolor,

O futuro do Flu não será fácil. Depois de passarmos aos trancos e barrancos em 2018, o ano que se aproxima traz calafrios aos mais otimistas dos tricolores. Ou estão preparando uma reviravolta digna de documentário ou 2019 promete ser cheio de turbulência. Isso devido ao acumulo de um monte de decisões equivocadas, tomadas nas gestões passadas e nessa atual.

O Flu finalizou 2017 dispensando 8 jogadores de uma forma absurdamente não profissional: por whatsapp. Diego Cavalieri, Marquinho, Artur, Higor Leite, Robert, Wellington Silva e Henrique. Além de não ser digno, o clube perdeu a oportunidade de negociar algum jogador. Henrique, por exemplo é titular no Corinthians. E outros ainda poderiam ser emprestados ou cedidos ou sei lá… Mas nunca, nunca serem dispensados da forma que foram.

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E a diretoria, que com essa ação, esperava ter uma economia de cerca de R$ 20 milhões, viu exatamente o contrário. Com atrasos na rescisão e processos a todo momento, a dívida cresceu em, pelo menos, R$ 8 milhões. Veja os valores no quadro abaixo:

Nessa conta, ainda não está a ação do Wellington Silva, que pede cerca de R$ 1,3 milhões de reais, além da sentença do processo do zagueiro Henrique, que não compôs acordo e aguarda a decisão do juízo.

Outro ponto que só fez a situação piorar foi o resultado dos jogos como mandante. Com um contrato completamente desfavorável, o clube teve que arcar com R$ 4,5 milhões de prejuízos no ano. A justificativa, nesse caso totalmente relevante e correta, é de que o contrato sofreu uma mudança no seu formato, conquistada na justiça pela Odebrecht. Com essa alteração, passamos de um contrato que sempre dava lucro para um que frequentemente dá prejuízo.

A questão da falta de patrocínio Master também agrava a situação. Mas não pensem que ter uma patrocinadora, voltaríamos a ser como no tempo da Unimed (infelizmente). Hoje, as empresas pagariam um valor fixo pelo direito de estampar seus nomes no espaço mais nobre da camisa. Valores variam de caso para caso, mas muito difícil voltarmos ao patamar de R$ 60 milhões por ano. O clube, inclusive, recorreu a um empréstimo junto ao BMG, no valor de R$ 50 milhões, para saldar todos os seus débitos fiscais e correr atrás da Certidão Negativa de Débito (CND). E, com isso, ficar livre para acertar com a Caixa Econômica Federal – valores na casa de R$ 11 milhões/ano.

A dívida do Clube deu um salto absurdo: de R$ 523 milhões para R$ 619 milhões. O clube incluiu todas as pendências tributárias no documento, o que ajuda a explicar o crescimento do valor, que assusta.

E para quem acha que o Flu não tem receita, até o momento o clube acumula R$ 188 milhões de reais, dos quais R$ 52 milhões vieram fruto das transações de atletas. (http://www.fluminense.com.br/financas). Para um leigo assusta ter essa entrada de dinheiro e não conseguir, ainda assim, montar um elenco equilibrado e, principalmente, honrar os compromissos.

O Flu ainda sofre com o bloqueio de 15% de todas as receitas, determinado pela Procuradoria da Fazenda Nacional (PGFN). Esta soma já superou R$ 30 milhões do orçamento previsto para este ano, de acordo com a carta aberta da FluSócio. Parcelamento de dívidas importantes como refinanciamento junto ao ProFut, dividas bancárias e com outros clubes (que são passiveis de punição na FIFA – com consequências seríssimas)  somam quase R$ 40 milhões. Só o Ato Trabalhista,  compreende todos os processos trabalhistas que tinham o Fluminense como réu até novembro de 2011, somam cerca de R$ 20 milhões anuais. Ou seja, só nesse parágrafo são R$ 90 milhões de reais assim, fácil.

Mas nem todos os processos trabalhistas estão dentro do Ato, e  volta e meia, “surpreendem” o Flu. Hoje, de acordo com a jornalista Luiza Sá, do Lance, o Fluminense tem na sua conta com 15 penhoras trabalhistas. Os executores das ações variam entre ex-atletas ou funcionários. O Fluminense acumula cerca de R$ 35 milhões em dívidas somadas com as penhoras. Basicamente, de todo dinheiro que entra, grande parte é retirada para pagamento de dívidas antigas.

Soma-se a isso tudo ai as cobranças judiciais por dividas na esfera cível, de serviços contratados e não pagos. Nessa área, apuramos que são mais 8 penhoras nas contas do Flu. Haja malabarismo…

O clube ainda errou ao trocar Adidas pela Dry World, na aquisição do Robinho, em realizar muitos investimentos simultâneos no departamento de futebol em 2015 e 2016, algo que condenou o fluxo de caixa para a gestão seguinte. Além de outros tantos, reconhecidos pelo grupo político do presidente.

O fato é que nosso 2019 preocupa muito. Como exposto, o problema não é a falta de recursos, que ainda vão aumentar com a entrada dos valores da transação de Ayrton Lucas, Richard, a parcela referente ao Richarlison e outros. O grande problema é administrar essas bombas que explodem diariamente, ou melhor, é SABER administrar.

Sinceramente, esperamos que o presidente Pedro Abad acerte mais do que erre, nesse ano que está chegando. Para o nosso próprio bem e para o bem do Flu. E que Paulo Angioni conduza, com toda sua experiência, o nosso Tricolor de volta ao protagonismo.

Comecei esse artigo com o inicio de um clássico samba, “O Amanhã” (gravado por Simone), e fecho com ele, pensando em trazer bons fluídos para 2019.

“E vai chegando o amanhecer
Leio a mensagem zodiacal
E o realejo diz
Que eu serei feliz
Sempre feliz… “

ST

Washington de Assis

 


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10 thoughts on “A cigana leu o meu destino – e eu não gostei…

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