A coletiva dos 100 dias – Mário: “O Fluminense é viável economicamente, mas precisa de sua torcida”

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A gestão Mário/Celso completou 100 dias. Os mandatários tricolores fizeram um balanço sobre o que foi feito e depois abriram perguntas para a imprensa. Eles falaram bastante sobre a situação economica do clube, processos, e metodologias adotadas de modo geral. Confira a entrevista completa.

Uma das principais críticas dos senhores a gestão Abad foi a defesa do clube em relação a CBF, etc. Houve alguma ação do clube em relação isso? Você foi convidado para CBF do clube empresa?

MB: “Fizemos oficios encaminhados ao presidente de arbitragem da CBF. Fomos recebidos por ele. A defesa institucional sempre existirá. Eu não acredito que erros aconteçam para prejudicar clube A ou B. Eles acontecem. O projeto da CBF eu fui convidado para contribuir na área desportiva trabalhista. A aproximação existe pela parte técnica. Eles viram aqui uma oportunidade de crescimento técnico, intelectual. O fair- play financeiro será instituído em 5 anos, eu estava presente também. Eu não posso acreditar que estamos sendo prejudicados. Mas enviamos ofícios, representações. Já estive com Gaciba por 3 vezes, reunião com presidente da CBF algumas vezes. Estamos lá quase semanalmente.  Trabalhamos para reconstruir o clube em todos os setores.”

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Uma das grandes questões hoje é o patrocínio master.  Na campanha foi falado que tinha conversas. Há conversas ainda? Avançaram?  Há algum valor mínimo?

MB: “O clube é dividido por propriedades: Manga, costas, calção, master…. O Flu tem um parametro de quanto custa o uniforme. Duas empresas tinham nos procurado. Mas não podemos entregar a nossa marca por um valor muito baixo do que acreditamos. Até para não criar uma concorrência desleal com quem já patrocina. As empresas que nos procuraram tinham uma ideia de valor. Quando viram o que pedimos, deram uma recuada. Mas continuamos conversando. Entramos no meio do ano, e verbas de marketing das empresas já foram pensadas. Para uma empresa entrar agora, teria que achar uma verba. Então, é complicada a questão. Há uma série de clubes com patrocinadores master, mas isso não quer dizer que pagam o valor de mercado. Há uma média no Brasil e muita gente ocupa a maior propriedade da camisa por um valor muito abaixo do que vale. Precisamos revitalizar a instituição.  E isso passa por posicionamento de marca. Eu tenho que ser correto com quem me ajuda no momento. Há proposta de patrocínios pontuais, mas isso diminui a marca. ”

Em 2019 o Flu trouxe jogadores que vem com destaque. Caio e Allan. 

CB: “Eu queria voltar na história do patrocínio. Falamos isso em campanha. Eu fiz questão de comentar a crise financeira do país. Hoje na rua da Carioca tudo fechou. Até o bar do Luiz. Não é fácil arrumar um patrocínio master num momento como esse. Se a gente tiver 30 mil sócios, pagamos a folha salarial. Se a torcida não acreditar, vai ser muito difícil. Houve promoções, tivemos bons números. Quanto aos atletas, estamos conversando. O Allan tem um representante que está no Brasil. Quem representa o Caio é o Deco, temos grande relação com ele. As conversas estão ocorrendo.”

A questão dos salários como está hoje em relação ao mandato e sobre a venda do Pedro.

MB: “Tinham quase 90 dias, tava atrasado Abril, Maio e quase junho. Já pagamos tudo isso e Julho. Devemos Agosto (que venceu dia 05/09).  Não é fácil. São 600 funcionários, são 600 famílias. É um peso que carregamos. Prioridade é sempre pagar o salário. Não dá para ver pessoas trabalhando com necessidade. Sobre Pedro, na época áurea chegaram propostas máximas de 18 milhões de euros pelos 100% do jogador. O atleta teve uma lesão que o fez ficar 8 meses sem jogar. Ele foi ao torneio de Toulon e não foj bem. A proposta máxima foi da Fiorentina. A gente queria um mínimo de 8 milhões de euros para gente. Chegou uma proposta de 10 milhões de euros por 80%, negociamos para 11. A Fiorentina veio com a mais valia – A Fiorentina passaria uma parte do lucro que tivesse com Pedro. Mas aí ficou desse jeito, mantemos 20%, sendo 10% nossos e 10% do Artsul. Ele é um baita garoto e desejo muito sucesso.”

Sobre Luccas Claro e Orinho… estão confirmados?

CB: “Devem ser apresentados amanhã ou sexta.”

Sobre o Samorín e a Valle Expresss e Dryworld?

MB “Vale Express e Dry estão no Jurídico. Já existem notificações, ajuizados. Felizmente somos o credor nessa parte. O Samorín notificou a gente que nós temos uma dívida de 2 milhões e meio de euros com eles. Respondi que não conhecia, e pedi explicações sobre esse valor. Eles falaram sobre aportes que tínhamos que fazer por contrato. Oferecemos porcentagem de jogadores que jogaram lá, e eles falaram que iriam para a Fifa. Aí pedimos o que Fluminense gastou e eles disseram que era uma pessoa do Fluminense que era o responsável.  É inacreditável que um clube  como nós tenha que pagar mais de 2 milhões de euros para um clube desconhecido de um lugar nenhum. Isso paga 3 folhas nossas.”

CB: Tem que questionar quem fez

Dá para pensar em algo que seja não escapar do rebaixamento? Como fazer o torcedor acreditar no projeto?

MB: “Eu faço parte a torcida. E ela precisa compreender que nos momentos de dificuldade vai ser complicado, mas trabalhamos para melhorar isso. Eu jogo contra times que gastam 10x mais. Não podemos  dar dinheiro num voô fretado para Goiânia. Se eles (torcida) entenderem que o programa de Sócio Futebol é o grande caminho. Inter, Grêmio, Bahia pagam suas folhas só com sócio-torcedor. Acreditamos no grupo, sabemos que podem melhorar. Trouxemos gente para ganhar menos. Tem quem veio por amor, tem quem aceitou redução de salário. Eu gosto de números. Em 2009 o Fluminense tinha 18 pontos na 7ª rodada do returno. Temos 7 jogos para chegarmos lá. Domingo ganhamos um jogo importante, contra um time que não perdia há 14 jogos. O time inteiro foi se abraçar, foi abraçar o Oswaldo, até para acabar com especulação ruim. Temos que acabar com isso. Ganhou, tudo bem. Perdeu, tudo errado. Todos trabalham com seriedade. Há diferença de dinheiro, de elenco, erros de arbitragem – pelo menos 4. Eu gostaria de mudar essa cultura de ambiente ruim, brigas. E quando perdem, querem encontrar casa de marimbondo. O grupo é excelente, as pessoas aqui também. As pessoas do Corinthians brigaram durante a semana? Não. Em 2010 e 2012 o Flu deve ter tido muitos problemas e ninguém falou porque foi campeão.”

O que impede a CND? Como está a negociação? Há projeção de retorno? E o Profut? Fim da gestão Abad não havia dinheiro para pagar?

MB: “CND: Também de maneira trasparente há um trabalho interno para sabermos o valor real que temos que pagar. Porque desde do 1 dia que chegamos e a informações financeiras vieram truncadas. A maneira de solucionar é ter dinheiro em caixa e pagar. Numa próxima receita boa, podemos quitar.

Profut: pagamos parte dos atrasados e nos mantemos vivos. Existem regras, e hoje estamos dentro, exceto de algo que estava perdido, que era o Profut do FGTS. Mas estamos recorrendo.

A dívida do clube é muito grande. Parte dela é de curto prazo. Isso impede fluxo de caixa. Se estivesse dividia em parcelas, apertaríamos parafusos em todos os lugares. Mas isso não ocorre. Cumprimos parcelamentos e tomamos penhoras sempre. Isso fora o que não está documentado. Recebemos penhora da venda do Pedro por causa da venda de Gérson. Quinta tem a tentativa de acordo e vamos perder um dinheiro. ”

Além da penhora do Pedro, o clube sofre com outras ações judiciais por causa das dispensas por WhatsApp. O clube esperava economizar algo ? O que pode ser feito para diminuir esse dano?

MB: “A gente já tomou penhora no processo do Marquinho. A Justiça do Trabalho coloca multas altíssimas em parcelas. A soma das demissões por WhatsApp dá algo em torno de 80 milhões. Tentamos parcelar a dívida e colocar no meio das parcelas intermediárias mais significativas. O que tentamos é tentar reduzir o que tem hoje, tentamos acordos. Vendemos jogadores para ir pagando o que tem. Com receitas que ganhamos vamos pagando usando a criatividade.  O Fluminense é viável, vai se reconstruir. Mas precisamos da torcida. De vez em quando o pau quebra, ficamos sofrendo também. Precisamos nos juntar nos próximos 6, 9 anos. E aí sim seremos fortes novamente. Quem mais pode ajudar a gente é a torcida. Comprem camisa, sócio futebol, produtos licenciados. E assim poderemos reconstruir a instituição.”

Nino e Yoni encerrram contrato no final de ano, assim como Daniel. Há conversas para renovar? E o elenco tá fechado com Luccas Claro e Orinho?

CB: “Precisávamos de um zagueiro e um lateral. Com o Marlon saindo, só tinha o Mascarenhas que infelizmente não teve sorte. Yoni fizemos proposta, ele diz que o pai ia chegar, chegou, esteve conosco, mas é aquela situação… Ele não demonstra muito interesse em permanecer. Ele veio sem custos, fizemos uma proposta pela compra dos seus direitos. O Nino tem uma cláusula de compra de uma parte por 5 milhões de reais. Vamos ver mais a frente, conversar com Criciúma para ver como faremos. Há o desejo da permanência. Sobre Daniel, foi feita uma proposta e em breve devemos assinar a renovação


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