Fala, Presidente! Mário: ”A delegação está fisicamente e mentalmente desgastada”

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Por Bruno Sznajderman, Davi Barbosa, Eduardo Marques e Gabriel Gonçalves

O Presidente do Fluminense, Mario Bittencourt concedeu uma entrevista ao Seleção SporTV, onde falou sobre a odisseia tricolor rumo Guayaquil, para enfrentar o Junior Barranquilla, confira:

Viagem até Guayquil

Viagem até Barranquilla e surpresa pela mudança

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Saímos na terça-feira no Brasil em um voo fretado. Pouco antes de embarcar recebemos as notícias que os três jogos dos times argentinos que seriam na Colômbia foram adiados. Entramos em contato com a Conmebol, atrasamos nossa saída do Brasil para que pudéssemos ter um OK. A Conmebol disse que consultou as autoridades locais, que estava tudo certo para o jogo, que toda segurança seria dada à nossa delegação e decolamos às 16h com destino a Barranquilla. Chegamos por volta de 21h (horário local), jantamos e fomos dormir.

E ontem, quarta-feira, teve a reunião de jogo. E às 10h30 da manhã a reunião confirmou o jogo em Barranquilla. Mas 10, 20 minutos depois da confirmação recebemos a notícia que deveríamos sair de Barranquilla e ir para outro lugar porque as autoridades colombianas não haviam garantido a segurança do jogo em razão dos protestos que continuavam na Colômbia.

Logística para sair de Barranquilla e ir até Guayaquil

Virou uma odisseia para conseguir um avião. A companhia não fazia voos para o Equador. Recebemos a informação de que dividiríamos um voo com o Junior às 18h, mas nosso time estava treinando às 16h. O aeroporto era 40 minutos de onde a gente estava. Nosso departamento de logístico conseguiu um voo saindo às 22h. Decolamos às 22h05 e chegamos em Guayaquil por volta de 00h10 (horário local).

Obrigatoriedade de exames no aeroporto e no hotel

Ficamos 1h30 fazendo exames no aeroporto e o governo equatoriano está correto. Depois, fomos para o hotel, mas recebemos a notícia de que deveríamos fazer um segundo exame por conta do que houve com o Grêmio. Fomos dormir lá pras 4h.

Protestos na Colômbia

Em Barranquilla, especificamente, nós não vimos muitos protestos com agressividade. A mudança de local pareceu muito mais uma preocupação do Governo local. Mas a COMEBOL também foi informada pelo Governo local até às dez da manhã de ontem que o jogo estava mantido. E meia hora, quarenta minutos depois, a decisão mudou e a gente ficou sabendo vinte minutos depois que acabou a reunião. Eu prefiro acreditar que foi uma grande coincidência, prefiro acreditar que a gente não está sendo prejudicado nessa situação. Estamos sendo prejudicados, sim, física e mentalmente na nossa logística.

Previsão de volta

Nossa previsão de volta é sair de Guayaquil 1h30, voltar para Barranquilla, chegar lá quase 4h e decolar 5h30, chegando ao Brasil praticamente às 14h (horário de Brasília) de sexta-feira, para jogar a semifinal do Campeonato Carioca no domingo. O que estamos tentando é que o avião que fretamos e está parado em Barranquilla possa vir nos buscar em Guayaquil e nos levar ao Brasil novamente. Se isso não acontecer, nossa viagem de volta baterá entre 13h e 14h no total entre voo e aeroporto. Se conseguirmos que o avião nos busque em Guayaquil, reduziremos para uma viagem de 7h. É o que estamos tentando.

Paralisação do Futebol e a segurança dos atletas

Toda a comunidade do futebol optou em seguir esse caminho e eu fui um dos presidentes mais firmes no começo da pandemia pelo não retorno do futebol no começo da pandemia. Era tudo muito novo, perigoso e complicado para nós. Mas depois que retornou, eu fui voto vencido, em todos os colegiados eu me posicionei contra o retorno mas o Fluminense é uma instituição que tem que cumprir as regras e os regulamentos das suas competições. As vezes, as minhas posições, na minha pessoa física, precisam de uma avaliação equilibrada e eu represento uma instituição de 120 anos e a gente precisou retornar naquele momento. Hoje em dia eu sou muito sincero, tudo o que a gente vê no país e alguns lugares do mundo, o futebol tem sido um dos lugares mais seguros de lugares de atividade. Para contextualizar, a gente fez um exame de PCR na segunda-feira, um na terça e dois ontem. Nós fizemos quatro exames em três dias e das 53 pessoas que estão conosco, todas testaram negativo. Eu acho que fundamental que a gente pudesse fazer todos esses exames, a gente está sentindo seguros, exaustos, mas seguros. Até mesmo nós da diretoria estamos nos sentindo seguro. A gente está tendo muito controle sobre isso. Parar agora a competição seria muito complicado no ponto de vista financeiro, para os patrocinadores, contratos de televisão e o futebol emprega muita gente. Então, agora que já está no meio do caminho, acho que é um pouco complexo paralisar.

Contato com a CONMEBOL

Um funcionário da CONMEBOL falou comigo toda a tarde para solucionar o problema e foi muito cordial, muito educado e nos ajudou bastante. A CONMEBOL consultou o Governo Colombiano que garantiu a segurança, chegando aqui as coisas mudaram. Nós fomos impedidos de sair dos treinos ontem por 15 minutos, pois estava ocorrendo um protesto ao lado do nosso hotel. Então, a melhor solução que a CONMEBOL encontrou foi levar a partida para Guayaquil e, apesar do cansaço, a gente está cumprindo tudo aquilo que foi combinado e o Fluminense está se esforçando bastante. Obviamente que a gente tem uma perda física e um desgaste mental enorme, estamos mais desgastados que o nosso adversário pois fizemos um deslocamento de quase 24 horas e o adversário por apenas 2 horas. A gente vai enfrentar esses desgastes mas o lema da nossa equipe é o ‘Time de Guerreiros’, eu tenho certeza que a gente vai superar essa adversidade toda e vamos trazer esses três pontos para a nossa torcida que está nos apoiando o tempo inteiro

Oferecimento de vacina

Extraoficialmente foi nos informado que isso seria oferecido, não obrigado. Teríamos que sair do Brasil para nos vacinarmos, porque a vacina não chegaria ao Brasil. Eu, na mesma posição que você, fui absolutamente contra. Acho antipático com o mundo, especialmente com o povo brasileiro passando por tantas dificuldades nesse momento. Estamos com um controle enorme, com possibilidade de fazer exames de três em três dias, extremamente seguros dentro do possível, pois ninguém está seguro 100% com essa doença traiçoeira. Pode ter certeza que o Fluminense recebeu uma informação extraoficial e extraoficialmente informei que o Fluminense não se deslocaria para fora do Brasil para vacinar seus jogadores e seus funcionários porque acho que tem muitas pessoas na nossa frente que precisam e devem ser vacinadas, sejam eles profissionais de saúde, idosos, pessoas com comorbidade. Acho que podemos esperar. A maioria dos que trabalham aqui são jovens atletas, que não sofrem muito com os sintomas da doença e mesmo que sofressem, seria antipático do mesmo jeito nos privilegiarmos de uma situação privada e buscar vacinação em outro país enquanto o Brasil está sofrendo com mais de 400 mil mortes. Se vier a orientação formal, o Fluminense responderá formalmente.

ST


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6 thoughts on “Fala, Presidente! Mário: ”A delegação está fisicamente e mentalmente desgastada”

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