Afinal, somos Football Club. FLUMINENSE FOOTBALL CLUB!

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Salve galera tricolor,

Nos últimos tempos, tem se falado muito, no Reino do Laranjal, em contenção de despesas, redução de custos e corte de gastos. Palavras que, a grosso modo, podem até soar como razoáveis em qualquer empresa tentando sobreviver, afinal de contas nosso país está atravessando uma crise grave e, como todos os setores, os investimentos no futebol diminuíram. Dispensas absurdas foram feitas, na virada do ano, sob essa ótica. Não vou nem tratar da forma que tais dispensas foram conduzidas, porque aí o cenário consegue até piorar.

Mas é ai, povo de João de Deus, que entra a minha discordância desse entendimento raso, sobretudo, daqueles que deveriam dar ‘aula’ de como se gerir um clube de futebol, ou seja, os nossos dirigentes. Isso porque, não precisa ser um gênio do marketing esportivo para perceber isso, retenção de custos, e de investimentos, no PRINCIPAL motivo de existirmos, nos torna menos atraentes nesse mercado, como já disse, em crise.

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Quanto menor o investimento no futebol, menos nomes de peso no elenco; menos nomes de peso, menor será o interesse e a atenção da mídia. Os resultados em campo não acontecerão e, como consequência lógica dessa equação, teremos que nos contentar com patrocínios menores e premiações pífias. Ora, pensemos como um empresário que queira patrocinar um clube de futebol: o que ele pretende? Qual o seu real objetivo? Amor ao clube? Não, queridos (as) tricolores, isso já está em nosso passado. O real motivo que TODA e QUALQUER empresa tem, ao estampar sua marca na camisa de um clube de futebol, é aparecer. E quanto mais melhor! Querem que jornais impressos estampem a primeira página com o artilheiro comemorando um gol, de braços abertos, e o nome da empresa no peito do cara. Querem que o jornal televisivo rode a matéria com a classificação em torneios de grande expressão. Matérias nos semanais contando a história e comemoração de títulos. Eles não patrocinam por torcerem para o clube, mas para serem vistos.

E ai que a conta nunca vai fechar para o Flu. Pelo menos se não mudar, imediatamente, esse raciocínio de contenção de custos no futebol. Você, enquanto empresário, prefere ver seu nome estampado na camisa em que o Fred usa ou do ‘Zé das Couve’? Esse é o ponto. Quanto menor for o investimento no futebol, menos atraente ele fica aos olhos do mercado. Parece até meio óbvio, né?

Outro ponto, que a gente ouve falar muito, é que a “conta maracanã” não fecha. Dá prejuízo jogar lá. Ora, tricolores, encaremos a nossa realidade: o nosso público de estádio, fiel, gira na casa dos 15.000.  E isso não é ruim. Esse povo lota a Vila Belmiro, enche o Independência e faz bonito no Pacaembu – e em outros estádios também (já falamos disso aqui). Você pode até discordar e achar, como eu, que o lugar de tricolor, em dia de jogo do Flu, é na arquibancada. Mas esse nosso ‘achismo’ não enche o estádio. O grande ponto é entender que o torcedor espera ver seu time ganhando, disputando, brigando por títulos, e não entrar como mero coadjuvante.  Não o nosso Fluminense. Nós não nascemos para isso. Nascemos para protagonizar todas as competições. E ponto. Elencos medianos e limitados, por mais que queiramos o apoio popular, não enchem os olhos do torcedor e muito menos estádios.

E como fazer crescer o número de sócios-torcedores se o time não anima? É difícil assim. É uma outra fantástica fonte de renda, que muitos clubes já exploram muito melhor que o Flu. Hoje temos, aproximadamente, pouco mais de 38.000 inscritos, em nono lugar no ranking. O líder desse quesito é o São Paulo com um pouco mais de 150.000, seguido do Grêmio (142.915 sócios), Palmeiras (123.551 sócios) e Corinthians (122.541 sócios).

Para esclarecer ainda mais esse ponto de vista, vejamos, por exemplo, o Cruzeiro: os caras estão nas finais da copa do Brasil e nas quartas da Libertadores,  e já acumulam R$ 43,47 milhões em bônus. E brigam pelos títulos. E enchem os estádios. Pô, precisa desenhar? E essa arrecadação ainda pode aumentar!

Eles investiram R$ 25 milhões, somente em 2018, e tem uma folha na casa dos R$ 10 milhões mensais. A conta do ano não fecha? É claro que sim, pois além da cota da TV, eles tem patrocinadores mais fortes (pela obviedade descrita acima) e a premiação pelas conquistas é de se animar qualquer um. E ainda projetam o sócio-torcedor na casa dos R$ 70 milhões anuais, com 100.000 sócios. Atualmente eles estão na casa dos 80.000!

Olha a lista de maiores premiações do ano. Veja a brutal diferença:

Cruzeiro R$ 43,47 milhões
Corinthians R$ 40,33 milhões
Palmeiras R$ 23,47 milhões
Flamengo R$ 20,33 milhões
Grêmio R$ 18,87 milhões
Santos R$ 13,83 milhões
Vasco R$ 11,94 milhões
Atlético-PR R$ 10,846 milhões
Atlético-MG R$ 8,626 milhões
Bahia R$ 8,446 milhões
São Paulo R$ 7,216 milhões
Chapecoense R$ 7,05 milhões
Fluminense R$ 6,646 milhões
Internacional R$ 5,4 milhões
Botafogo R$ 4,046 milhões

Pois é. Ridículo, não? Eu sei.

Precisamos reagir antes que o abismo, que nos separa desses clubes, se torne intransponível. Não podemos aceitar que sejamos transformados em clube meramente coadjuvante, lutando simplesmente por uma vaga em competições internacionais ou, pior ainda, simplesmente para não cairmos.

Precisamos de ousadia, de inteligência, de gente que saiba explorar o marketing esportivo, saiba realizar o investimento correto, precisamos urgentemente de PROFISSIONAIS experientes e gabaritados no assunto. 

Afinal de contas, somos ou não Football Club?

Forte Abraço,

Washington de Assis

e-mails para essa coluna washingtondeassis@saudacoestricolores.com

Fonte da tabela: Globo Esporte


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10 thoughts on “Afinal, somos Football Club. FLUMINENSE FOOTBALL CLUB!

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