Falhas e testes. Odair encontra dificuldades em jogos que decidem

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O Fluminense não conseguiu apresentar um bom futebol diante do Figueirense, nesta última quarta, e saiu atrás na briga pela 4ª fase da Copa do Brasil, competição que teve seu apelo aumentado após a eliminação na Sula. Agora na quinta-feira que vem, vai precisar correr atrás do placar no jogo de volta para buscar uma classificação para e continuar na competição milionária. E o jogo contra os catarinenses…

A derrota realmente repercutiu de uma forma bem negativa, nem poderia ser diferente. Primeiro pela derrota em si; segundo pela forma que foi. E isso parece evidenciar a grande dificuldade do time de Odair. O Flu, quando enfrentou um adversário um pouco mais robusto, em jogos decisivos, apresenta falhas, já vistas previamente. A apreensão é que isso também custe a classificação na Copa do Brasil, o que seria algo catastrófico para o ano tricolor. Tanto pela importância de se manter em uma competição mata-a-mata, quanto pelas enormes cifras financeiras do torneio.

Se analisarmos friamente a partida, veremos um jogo onde o Fluminense praticamente não entrou em campo, igualando a partida de volta contra o Union La Calera, como uma das piores partidas do tricolor no ano.

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Odair veio pro jogo com duas alterações, em relação à goleada diante do Resende. Evanílson entrou no lugar de Pacheco e Egídio, reassumindo a ala canhota. Porém, o que vimos, foi o centroavante jogar praticamente como um ponta direita ao invés de dentro da área. Nessa situação, Marcos Paulo fazia a função de camisa 9. Uma tenativa de inversão de papéis que não surtiu o efeito desejado. Ou efeito algum. Nitidamente o jovem cearense não tem a velocidade e a habilidade para partir no um contra um e puxar uma jogada diferente pelo lado, ficando assim, nulo na partida. Ele mesmo já havia dito, em coletiva, que se futebol ganhou destaque no sub-20, quando passou a atuar mais centralizado.

A criação das jogadas no meio de campo, novamente, foi um problema. Talvez o grande problema. Hudson e Yago Felipe, como apoiam demais, deixam um verdadeiro buraco na parte defensiva. Contra adversários de menor qualidade, como Madureira e Resende, últimos clubes goleados pelo Flu, eles se sobressaíram. Agora, enfrentado time com um pouco mais de qualidade, com mais vontade, novamente sofreu para criar jogadas e deixou espaços para o Figueira atacar.

Nenê fez uma partida bem abaixo do esperado. Também pudera. Quando o esquema tático não funciona, as atuações individuais tendem a cair. Nesta ocasião, ele jogou muito próximo da linha ofensiva, ao lado dos atacantes, evidenciando ainda mais o problema de criação no meio. Mas Nenê tem créditos de sobra com a torcida. A questão é que Odair precisa arrumar um jeito do time jogar sem precisar que o jogador de 38 esteja numa noite iluminada. O Flu necessita de mais mobilidade no ataque, principalmente dos três homens de frente.

Apesar de ser muito adorado pelo torcedor, Matheus Ferraz deu mole no gol do Figueira. O zagueiro Alemão cabeceou por trás do “Maldini tricolor”. Egídio, que estava entre os dois, também não o avisou e não subiu para tentar a bola. Como visto na transmissão, Odair esteve furioso com o lateral, gritando inúmeras vezes para ele “entrar no jogo”. Já Nino foi único que se sobressaiu na partida. Foi o que menos errou e não comprometeu.

Um time com um ataque tão potente (mais de 30 gols marcados) não pode ter uma atitude tão fraca assim. Criar tão pouco e perder da forma que foi. Odair precisa encaixar logo esse ataque e parar de fazer experimentos na Copa do Brasil. Se ele entende que os adversários se valem de linhas baixas/altas, mais próximas, de gramado, ele precisa encontrar um meio de vencer este tipo de situação. Caso contrário, as explicações serão sempre as mesmas e os resultados também. O treinador tem mais opções para fazer o time jogar, melhorar. Basta saber utilizá-las.

E se por um lado existe a crítica no trabalho do treinador, por outro tem a questão de que ele está apenas com dois meses de comando. E mesmo com bastante opções, o Flu tem ainda um time com muito jovens. A inexperiência vem, sim, pesando. Sorte que o Nene está comandando o tricolor no seu melhor início de temporada. Mas é um jogador muito rodado. O trio de ataque, seja com Pacheco, Marcos Paulo, Evanílson, Wellington, Caio Paulista, Michel Araujo, Matheus Alessandro, Pablo Dyego, todos são muito jovens e com pouca bagagem ainda. Ficar caindo em cima desses garotos assim, pode repetir o que acontece com várias promessas do futebol brasileiro: a confiança acaba, o atleta começa a perder espaço e quando se vê, ele nem está mais no clube.

A próxima partida, contra o Vasco, seria uma boa tentar usar o Ganso por 90 minutos e vê como ele se sai junto aos garotos. Começar a partida com Pacheco e Araujo com Evanílson ou Marcos Paulo de atacante. O Campeonato Carioca serve para testes. A Copa do Brasil já é na semana que vem. Não poderá acontecer os mesmos erros.

Muitos tricolores nas redes sociais pedem a demissão do treinador. Pois bem, isso cairia de uma forma bastante negativa do clube. Observa-se sempre os jogadores muito unidos e alinhados com as ideias propostas pelo treinador e felizes com ele no comando. Penso que mandá-lo embora seria um tiro no pé, visto que o mercado de técnicos disponíveis no Brasil não apresenta bons nomes e, principalmente, que se adequam à realidade financeira do clube. Mas respeito quem pensa diferente.

Odair teve apenas 10 dias de pré-temporada. Os jogadores ainda estão entrando em ritmo. Óbvio que não ver o Flu jogar bem, e ser eliminado, é algo desconfortável para todos nós. Mas os jogadores, a diretoria e a comissão, tem confiança na capacidade do treinador, que já mostrou no jogo contra o Flamengo, que sabe tirar o melhor dos seus jogadores.

Ainda há muita bola para rolar… Só não dá para repetir os mesmos erros…

ST

 


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2 thoughts on “Falhas e testes. Odair encontra dificuldades em jogos que decidem

  • 12/03/2020 em 16:53
    Permalink

    Tá. Tudo bem. Então não inventa mais. Trocar posição de jogador é pra quando chegar as férias, nas peladas de fim de ano. E outra coisa, tem que entender que só joga os melhores. E os “mascarados” que não jogam nada, ficam fora. Coloca pelo menos os que correm demonstrando raça.
    E o presidente panelinha, não abraçou os jogadores dele ontem no vestiário não?
    O que falta é profissionalismo, cobrança, e sem essa de abracinhos. Queria um Eurico Miranda no Fluminense. Só fica quem se adequar. Hoje eles jogam quando querem.
    A propósito, tem muitos mascarados em Xerém, mas deve ter poucos raçudos. Coloquem eles. Pelo menos teremos luta.
    E é por isso que há algum tempo não tenho mais graça de torcer pelo Fluminense. A luz se apagou.

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