Análise Tática: Flu volta a mostrar problemas defensivos diante do Coritiba

Compartilhe

O Flu conseguiu um empate em uma partida eletrizante contra o Coritiba na última quarta-feira (20), no Couto Pereira. Mas, além do primeiro gol de John Kenedy, o de número 176 de Fred e mais um decisivo de Caio Paulista, o que mais os erros defensivos também a atenção.

Desde que Marcão reassumiu o cargo de técnico, a média de gols sofridos pelo Fluminense praticamente dobrou. O time então comandado por Odair Hellmann sofria 1,08 gol por jogo. Enquanto que, com o atual treinador, a média subiu para 2.

Dos 11 gols sofridos nos seis primeiros jogos do Flu, sete saíram pelo lado esquerdo da defesa. Por isso, Marcão escalou Egídio no lugar de Danilo Barcelos.

Você conhece nosso canal no YoutubeClique e se inscreva! Siga também no Instagram

Egídio teve boa atuação pelo Flu diante do Coritiba
De acordo com o site Sofascore, Egídio contribuiu com três desarmes e ganhou seis das 10 disputas pelo chão. Além disso, o lateral a assistência para o gol de Fred contra o Coritiba o isolou na liderança do ranking dos jogadores com mais do Flu, com quatro (Foto: Lucas Merçon/Fluminense Football Club)

Contudo, os problemas na defesa não se restringem a um ou outro jogador. Mas sim de todo o sistema defensivo. Contra o Coritiba, o Flu voltou a apresentar uma marcação espaçada, com pouca pressão sobre o adversário e, consequentemente, muitas dificuldades para retomar a bola.

Coritiba se aproveita dos espaços deixados pelo Flu

Logo no início, o Coxa se aproveitou da distância entre as linhas de defesa e meio-campo para arriscar de fora da área. Uma das principais armas do time comandada pelo paraguaio Gustavo Morigínio, que estava afasta por conta da COVID19. A jogada inclusive teria sido avisada por Marcão. Mas, mesmo assim, desta forma nasceu o primeiro gol marcado por Luiz Henrique.

Primeiro gol do Coritiba no empate com o Flu
Na jogada, o jovem meia do Coxa recebeu a bola em um buraco na intermediária. Para atacar como Tricolor se propõe, o time precisa jogar de forma compacta. O lance é semelhante ao gol de Matheus Vital na goleada histórica para o Corinthians (Framme: Reprodução/ge)

Além das finalizações de fora, o clube paranaense também se beneficiou do espaço para fazer lançamentos em profundidade. Em uma rápido contra-ataque, o Coritiba surpreendeu o Flu com a projeção do lateral-direito Natanael.

Além do distanciamento entre as linhas, o Flu demonstrou não estar posicionado para cobrir as costas dos laterais quando avançam. Pressionar pela bola é crucial quando se joga de forma tão adiantada. Por isso, Hugo Moura não teve trabalho para achar Natanael (Framme: Reprodução/ge)

Flu chega ao empate na base da pressão

O Fluminense encerrou a primeira etapa com 65% de uma posse bola estéril. Mas, com exceção ao escape de Calegari como elemento surpresa pela direita, em um chute que explodiu no travessão, o Tricolor pouco assustou o gol defendido por Wilson.

Para tentar mudar esta situação, Marcão promoveu a estreia de John Kennedy no lugar de Luiz Henrique. E a jovem revelação da Fábrica de Craques de Xerém deu mais agressividade ao ataque. O artilheiro do Sub-20 em 2020 precisou apenas de 13 para marcar o primeiro gol como profissional.

John Kennedy marcou o primeiro gol no empate entre Fluminense e Coritiba
O camisa 23 entrou pela direita, mas se movimentou pelo meio e pela esquerda. Após a finalização de Michel Araújo e do rebote de Wilson, foi premiado com o primeiro gol da carreira. Atacante pode ter uma nova chance já que Fred recebeu o terceiro cartão amarelo e não enfrenta o Botafogo (Foto: Lucas Merçon/Fluminense Football Club)

Em outro dos pontos fortes do período de Odair, o Fluminense chegou ao empate em um lance de bola parada. 16 dos 43 gols marcados pelo Flu no Brasileirão 2020/21, ou seja 37,2%, vieram deste tipo de jogada. Dessa vez, Egídio quem cobrou falta na cabeça de Fred.

Fred comemorando o gol de empate do Flu contra o Coritiba
Com o gol, Fred fica apenas dois de igualar Edmundo como terceiro maior artilheiro da história dos Campeonatos Brasileiros. Camisa 9 já é o maior artilheiro da Era dos Pontos Corridos (Foto: Lucas Merçon/Fluminense Football Club)

Fluminense volta a errar na defesa

Depois de batalhar pelo empate, o Tricolor voltou a errar. Mas, agora na saída de bola. Marcos Felipe errou o passe para Luccas Claro e Neílton roubou. O atacante então rolou para Robson anotar mais um de fora da área.

Erro de Marcos Felipe custou mais um gol
A primeira vista, seria fácil culpar Marcos Felipe pela falha. Quando o Fluminense era comandado por Fernando Diniz, o comportamento dos defensores era abrir para receber. Mesmo que o goleiro acertasse o passe, Luccas Claro poderia ser pressionado ao dominar a bola (Framme: Reprodução/ge)

O Fluminense só não perdeu porque Caio Paulista chutou forte e contou com a falha de Wilson para empatar. No fim, Wellington Silva e John Kennedy ainda perderam a oportunidade de virar o jogo.

Mesmo com o empate, o Fluminense ainda pode repetir o momento no Campeonato Brasileiro. No entanto, para isso precisa vencer cinco das próprias sete partidas.


Compartilhe

Lucas Meireles

Jornalista formado pela UFRRJ, apaixonado por esportes e pelas boas histórias.