Celso Barros afirma que não vai deixar a vice-presidência geral e cita falta de autonomia em seu antigo cargo

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Na tarde desta sexta o vice-presidente do Fluminense, Celso Barros, chamou parte da imprensa para uma coletiva, em sua casa, dar declarações sobre o seu afastamento feito pelo presidente Mário Bittencourt do comando do futebol. O afastamento foi oficializado pelo mandatário Tricolor no início da tarde de ontem na Sala de Imprensa do CT do Flu.

Na coletiva, Celso Barros deixou claro que não irá renunciar ao cargo de vice-presidente (pois essa seria a única forma de sair da diretoria do Fluminense, pois foi eleito) e que se sente traído por Mário Bittencourt por não ter a autonomia necessária para gerir o departamento de futebol como queria.

– Ouvi no clube que tinha a chance de eu renunciar. Afirmo aqui: não vou deixar a vice-presidência geral. Não vou renunciar. Agora, estou refletindo muito se quero voltar ao futebol. Nesse modelo que o Fluminense tem, não me interessa. Eu não pude fazer absolutamente nada do que eu pensava.

Os conflitos entre Mário e Celso já não eram surpresa para ninguém e já aconteciam há algum tempo, mesmo com apenas seis meses de mandato. O primeiro choque entre os dois foi em relação ao ex-técnico Fernando Diniz, Celso Barros continuou criticando-o mesmo após a sua saída. Depois assumiu que era a favor da demissão de Marcão. Em resposta Bittencourt excluiu o vice-presidente das viagens para São Paulo e Porto Alegre com o elenco e comissão técnica.

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Veja os principais assuntos da coletiva:

Demissão de Diniz

Se eu fosse o presidente, faria as mudanças que achava que teria de fazer no começo do trabalho. Mas eu respeitei a hierarquia do clube. Claro, não estou na frente do Mário, mas também não sou empregado dele. Era um par. Fomos eleitos juntos.

Fiz uma cobrança forte com jogadores e com o Paulo Angioni (diretor executivo) após a derrota para o Atlético-MG (no primeiro turno, em Belo Horizonte). Disseram que isso incomodou os jogadores e o próprio Diniz. Ué, até parece que não se pode cobrar os jogadores. A direção é, então, eles têm de aceitar ser também. Não houve nada agressivo, só o tom foi forte.

Veio o fatídico jogo contra o CSA. O nosso aproveitamento era de time rebaixado. Mário veio aqui na minha casa. Só ele. Sem Angioni. Acertamos que o Diniz iria sair, ser demitido.

Mário ficou de falar com o Diniz no hotel. Foi dada a notícia. Aí, o Diniz deu uma entrevista agressiva contra mim. Elogiou o ex-presidente Pedro Abad, Mário, Angioni… Disse que não era meu amigo. Paciência, azar dele. Lamento. Mas a vida no futebol me ensinou que não se pode omitir. E isso desagrada as pessoas.

Oswaldo de Oliveira

A gente tinha uma lista. Tinha o Jair Ventura , o Maurício Barbieri… Dentro da lista, fora o Abel Braga e o Dorival Júnior, que tentamos e não puderam aceitar, surgiu o Oswaldo. Eu não me lembro quem deu o nome. Ele é bom profissional, mas estava muito tempo afastado e tem temperamento difícil. Com a dificuldade dos nomes, eu concordei com a contratação dele.

Oswaldo chegou com problema com a torcida. Depois, ele teve o problema com o Ganso. Mas ele saiu pelo gesto que fez para a torcida. Ficou muito desagradável. Foi um erro nosso.

Demissão de Marcão?

Eu não queria a demissão do Marcão a toda hora. Teve um técnico oferecido, mas não vou citar o nome. No jogo contra o Vasco, eu falei com o presidente. Ele estava com a cara chorosa. Eu contei que tive a conversa com o Ariel Holan (técnico campeão da Sul-Americana com o Independiente, da Argentina). Marcão, na época, já tinha dito que queria voltar a ser auxiliar. Mário ficou com dúvida se daria certo trazer um estrangeiro agora. Falei, então, para a gente discutir o tema. Mas, a partir daquele dia, só foi silêncio. E eu queria discutir o Fluminense agora e para 2020.

Papel como vice-geral

Principal atribuição do vice é substituir o presidente quando necessário. Seja licença ou doença. Em tese, cuidaria também do patrimônio, mas como fiquei com o futebol, isso ficou com outra diretoria. Com a história que eu tenho e com o cargo, sempre vou me posicionar. Até no futebol, mesmo não estando no comando.

Eu não sei como será o dia a dia. Não sei nem se tenho sala em Laranjeiras. Se achar que preciso, pedirei.

Falta de autonomia?

Houve desgaste. É complicado. Você não fala com a pessoa, tudo é difícil. Na questão do técnico argentino, eu não queria trazer ele obrigatoriamente no lugar do Marcão. Mas queria discutir como seria 2020. E não aconteceu. Não adianta falar que eu contratei Orinho e Lucão, mas o presidente participou de tudo. Quer tirar o corpo fora?

Falavam internamente que eu era muito desconfiado. Mas… a comunicação do Fluminense não me deixava fazer nada. Só me deixava ficar quieto. Eu sempre falei com a imprensa, não tem essa de difícil. Pode ter problema. Enfim.

Essa relação é difícil até para ele. Ele se desgasta também.

Postagens em rede social

A minha postagem sobre o aproveitamento do time, no entender do Mário, o deixou exposto. Marcão é um grande técnico? Ele pode vir a ser. Futebol é difícil. Eu, desde que entrei no clube, tive medo do rebaixamento. Eu sempre me doei ao clube. Sempre. O presidente, então, achou que eu iria prejudicar o ambiente. Ele proibiu a emissão do bilhete de viagem para os jogos contra São Paulo e Inter. Foi uma indelicadeza, eu sou vice-presidente geral. E depois teve o problema dos ingressos contra o Atlético-MG.

Venda de Pedro

Eu sempre fui contrário desde quando assumimos. Falei ao Mário que seria um problema técnico para o time vendermos o nosso centroavante. Mas ele disse que não tinha como, que o clube precisava do dinheiro. Aliás, fizeram uma operação com um banco aí para antecipar o dinheiro que seria parcelado. E vão pagar tudo o que devem. Perdemos, antes, o Luciano e o Everaldo. Então, fica muito difícil para o time.

ST!

O conteúdo da entrevista é do jornalista Hector Werlang do GloboEsporte.com


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2 thoughts on “Celso Barros afirma que não vai deixar a vice-presidência geral e cita falta de autonomia em seu antigo cargo

  • 23/11/2019 em 19:41
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    Esse imbecil não entende nada de futebol, patrocinou o clube durante anos, torrou milhões, jogou quantos campeonatos, ganhou quantos, construiu o que, deixou que legado para o clube ? É odiado pela maioria da torcida, se diz experiente, mas só age para prejudicar o clube, quantos processos ele tem na justiça contra o clube ? É um traíra e vaidoso, para o bem do Fluminense, desapareça.

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