De Olho Neles — Raio-X do Barcelona Guayaquil na Libertadores
Na próxima quinta-feira (12), o Fluminense recebe o Barcelona Guayaquil pelas quartas-de-final da Copa Libertadores. Vice-líder no Equador, os Toureiros venceram os últimos cinco jogos que disputaram, somando o Campeonato Equatoriano e o Torneio Continental. Antes da partida, o ST destrincha o próximo adversário do Flu.
Quatro das cinco vitórias vieram pelo Campeonato Equatoriano. Uma ainda pelo Torneo Apertura — onde terminou como vice-campeão, atrás do Emelec — e mais três nas três primeiras rodadas do Clausura, se mantendo, portanto, com 100% de aproveitamento. O time presidido por José Cevallos — o mesmo que defendeu três pênaltis pela LDU em 2008 — só não lidera porque o Independiente Del Valle tem melhor saldo de gols. Ambos estão empatados com nove pontos, mas Los Rayados del Valle tem nove gols de saldo contra seis do Barcelona.

Contudo, é a outra vitória que credencia o time do técnico argentino Fabián Bustos a disputar a fase de quartas-de-final da Libertadores. Os equatorianos haviam perdido para o Veléz Sarsfield por 1 a 0 na Argentina, mas conseguiram reverter com uma vitória por 3 a 1 no Monumental Isidro Romero Carbo.
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Os Toureiros, aliás, tem surpreendido na Libertadores 2021. O time estreou vencendo o Santos, atual vice-campeão da América, por 2 a 0 em plena Vila Belmiro. Os equatorianos se classificaram em primeiro no Grupo C com 13 pontos, graças principalmente ao bom aproveitamento em casa. Foram três vitórias em três jogos. Enquanto que fora — além de vencer o Peixe —, ficou no 0 a 0 com o Boca Juniors em La Bombonera e perdeu por 2 a 0 para o The Strongest na altitude de 3.640m de La Paz, na Bolívia. Antes das já citadas partidas contra o Vélez pelas oitavas.
Marcação alta e ultrapassagens pela lateral: o estilo de jogo do Barcelona Guayaquil
O Barcelona mostrou suas credencias já na estreia diante do Santos. No primeiro gol, por exemplo, o time equatoriano adiantou as linhas, pressionou a saída de bola e ganhou-a perto da meta santista. Assim, precisou só de dois toques antes de Gárcez abrir o placar.

Com média de 46,5% de posse de bola, os comandados por Bustos apostam sobretudo nos passes em profundidade e na velocidade para concluir as jogadas, precisando de poucos toques até chegar próximo do gol adversário. Algo como o famoso “12 segundos ou menos” instituído pelo jovem técnico alemão Julian Nagelsmann enquanto treinava o RB Leipzig. Por isso, Roger Machado vai ter de redobrar a atenção com a recomposição defensiva e com a cobertura sobre Samuel Xavier e Egídio.
O ataque do Barcelona — assim como o do Fluminense — já balançou as redes 13 vezes na Libertadores. Ambas as equipes finalizam em média 8,8 vezes por jogo, mas os equatorianos têm uma média finalizações no alvo menor (3,5 contra 5 do Flu) e cria menos grandes chances (1,5 contra 3,5 do Tricolor por partida).
Bola aérea: a principal fraqueza do time equatoriano
A marcação adiantada e a intensidade na pressão também ajudam o Barcelona defensivamente. Principalmente porque a equipe tem um miolo de zaga muito lento e pesado. Contra o Santos, por exemplo, para evitar os contra-ataques, os Toureiros cometeram 24 faltas e terminaram a partida com quatro jogadores pendurados pelo cartão amarelo.
Até o momento, a defesa do Barcelona de Guayaquil sofreu menos gols que a do Tricolor. Cinco contra sete do Flu em oito partidas. De acordo com dados do SofaScore, os equatorianos levam vantagem na média de desarmes (15,1 contra 12,5) e ficam atrás em cortes (15,1 contra 18,9) e interceptações (9,6 contra 15,5). Mas, vale ressaltar que, no caso da última — principalmente — os números costumam ser mais elevados em equipes que defendem mais próximas do próprio gol.
Além disso, os comandados de Bustos também demonstraram fragilidade na bola área. Assim o Vélez chegou ao gol nos confrontos tanto de ida quanto de volta.

Este ponto fraco em especial pode ser explorado por centroavantes experientes como Fred e Abel Hernández, por exemplo, além dos zagueiros Luccas Claro, Manoel, David Braz ou Nino. Na Libertadores, só um dos 13 gols do Flu foi de cabeça — justamente com Fred contra o Santa Fé, na Colômbia —, mas no Brasileirão, quatro dos 13 saíram desta forma.
Destaques
Dentre os jogadores do Barcelona Guayaquil, está um jogador com passagem recente pelo futebol carioca. Vice-campeão da velhos conhecidos como Orejuela, Sornoza e Cabezas, o equatoriano Gabriel Cortez defendeu o Botafogo em 2020, emprestado pelo Lobos BUAP, do México. Tendo uma passagem discreta pelo Alvinegro.
De volta ao futebol do Equador, Cortez tem atuado entrelinhas, sendo um dos responsáveis por dar mais velocidade ao ataque. O jogador se destacou ao substituir Damián Diáz na vitória por 3 a 1 sobre o Vélez Sarsfield.

Mas quando se fala construção de jogadas, todas as bolas costumas nos pés de Diáz. Aos 35 anos, o experiente meia tem uma média de 2,3 passes-chave por jogo na Libertadores, além de ser, em média, quem mais finaliza (2,1) e mais acerta o alvo (0,9 por partida).

Com dois gols e uma assistência, Diáz só fica atrás de Carlos Gárcez como jogador com mais participações em gols do Barcelona Guayaquil na competição. O atacante já balançou as redes três vezes e contribuiu com dois passes para gol. Além de formar uma dupla que incomodou a zaga Vélez ao lado do centroavante Adonis Preciado.
Por fim, na parte defensiva, quem se destaca é o volante Bruno Piñatares. O uruguaio de 31 anos lidera em desarmes (2,9) e interceptações (1,7).
ST