Depois de chegar ao G4, Fluminense vive pior momento no Brasileirão
Sempre foi dito que o mundo do futebol é dinâmico, mas o Fluminense não poderia imaginar uma mudança tão rápida no momento da equipe. Há uma semana e meia, o Tricolor retornava ao G4 após mais de dois anos enquanto comemorava uma vitória contra o Vasco da Gama — a terceira consecutiva contando Brasileirão e Copa do Brasil — e o primeiro gol de Fred desde que voltou ao clube. Mas, a partir do clássico, o Flu não venceu mais nas última três rodadas do Campeonato Brasileiro.
Foi um empate diante do então lanterna Atlético-GO e duas derrotas para São Paulo e Flamengo, respectivamente. Assim, o Tricolor de Laranjeiras somou apenas um ponto dos últimos nove disputados.
Fazendo com o que o Flu despencasse da quarta para a nona colocação, ao menos por enquanto. Já que o clube ainda pode ser ultrapassado, ainda nesta rodada, por Corinthians e/ou Ceará.
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Por isso, o Saudações Tricolores elaborou uma lista com alguns possíveis motivos para explicar o mau momento do Fluminense no Brasileirão. Confira abaixo:
Desgaste físico
Antes do início do Brasileirão, em entrevista exclusiva ao Saudações Tricolores, o técnico Odair Hellmann ressaltou a importância de contar com um elenco para a competição.
“Quanto mais um grupo é forte, de qualidade, mais você tem chance principalmente no Campeonato Brasileiro, que é tão corrido, tão desgastante e que tem jogo de três em três dias. Por isso que eu trabalho o grupo. Por isso que o meu conceito é trabalho igual e tempo igual para todos. Para que os jogadores possam estar preparados quando eu colocar em campo”, disse Odair.
Contudo, o treinador tem se virado com um elenco bastante enxuto em suas mãos. Em nove partidas do Campeonato Brasileiro, o treinador utilizou apenas 24 jogadores diferentes — contando Evanilson (que recentemente deixou o clube).
Egídio, por exemplo, disputou todos os minutos pelo Fluminense até o momento. Enquanto Dodi esteve fora de apenas três minutos na competição. Além disso, Michel Araújo e Marcos Paulo participaram de todos os jogos disputados até agora.

Confira a tabela de jogos e minutos em campo abaixo:
Jogadores | Jogos | Minutos em campo |
Egídio | 9 | 810 |
Dodi | 9 | 807 |
Luccas Claro | 8 | 720 |
Michel Araújo | 9 | 709 |
Nino | 7 | 630 |
Nenê | 8 | 595 |
Muriel | 6 | 540 |
Yuri | 7 | 521 |
Marcos Paulo | 9 | 493 |
Calegari | 5 | 429 |
Igor Julião | 5 | 381 |
Digão | 3 | 270 |
Marcos Felipe | 3 | 270 |
Welington Silva | 7 | 265 |
Yago Felipe | 6 | 229 |
Ganso | 6 | 187 |
Luiz Henrique | 7 | 183 |
Fred | 5 | 130 |
Fernando Pacheco | 5 | 98 |
Hudson | 2 | 61 |
Miguel | 1 | 12 |
Caio Paulista | 2 | 9 |
Felipe Cardoso | 1 | 6 |
*Em negrito estão os titulares na derrota por 2 a 1 para o Flamengo.
Dificuldade de virar partidas e segurar resultados
Além da pouca rotatividade do elenco, um dos motivos que podem estar relacionados ao maior desgaste físico neste momento, é o fato de, assim como no Fla-Flu, o Fluminense ter de buscar o resultado.
Desde que o futebol foi retomado durante a pandemia da COVID, o Tricolor saiu atrás em em metade dos 16 jogos oficiais disputados, ou seja, oito partidas. Sendo que destes, somente na vitória por 2 a 1 sobre o Internacional, no Maracanã, que o Flu conseguiu a virada.
Em contrapartida, o Fluminense saiu na frente em outras seis oportunidades. Mas, mesmo assim, não conseguiu segurar o placar em metade das partidas. Contra o Atlético-GO, por exemplo, o Tricolor passou a jogar com um a menos desde os 31 do primeiro tempo e viu o Dragão fechar a segunda etapa com 70% da posse de bola.
Enquanto contra o São Paulo, o Flu até realizou uma boa primeira etapa. Mas, foi atropelado tática e fisicamente pelo Tricolor Paulista no segundo tempo da partida no Morumbi.
Ausência de Evanilson
Por falar em elenco enxuto, o Tricolor perdeu recentemente seu principal atacante em 2020, Evanilson. O camisa 99 foi negociado por € 7,5 milhões de euros ao Porto, dos quais o Flu teve direito a 30%.

Não há como negar que Evanilson tem feito falta no Flu. O centroavante era vice-artilheiro do Tricolor na temporada, com nove gols em 24 jogos. Além disso, era responsável por segurar a bola no ataque e, com sua movimentação, abria espaço para os jogadores que vinham de trás como Marcos Paulo, Nenê e Yuri.
O técnico Odair Hellmann também tem tido dificuldade para encontrar um substituto. Fred seria opção natural, mas o camisa 9, aos 36 anos, já firmou que está se preparado para um retorno gradual após as interrupções por lesões e pela suspeita de COVID.
Contra o São Paulo, Marcos Paulo, assim como na vitória por 1 a 0 contra o Athlético, foi escalado em uma posição mais centralizada. Mas, o camisa 11 acabou destoando do time e acabou sendo substituído por Fernando Pacheco na segundo etapa. No entanto, o peruano também não foi bem nos minutos em que foi testado.
Por fim, a última opção foi Nenê. O camisa 77 foi experimentado como falso 9 no Fla-Flu. Contudo, o Fluminense só apresentou uma melhora com a entrada de Fred no segundo tempo.
Má pontaria nas finalizações
Desde que o futebol foi retomado durante a pandemia, a produção ofensiva do Fluminense tem sido criticada. O Fluminense, por exemplo, passou em branco nos três primeiros jogos após o retorno.
Desde então, foram 15 gols marcados em 13 jogos. Mas, se a média é superior a um gol por partida, o que chama a atenção é baixa eficácia dos chutes a gol. Até a oitava rodada, o Tricolor era o sexta que mais finaliza no gol, com 47% de aproveitamento nos 58 remates, mas, mesmo assim, havia marcado nove gols no Brasileirão até o momento.
De acordo com dados do Sofascore, site especializado em estatísticas, o Fluminense finalizou 11 vezes contra o Atlético-GO, mas só quatro foram no gol defendido por Jean. Assim como contra o São Paulo, onde o Tricolor finalizou 10 vezes. Enquanto contra o Flamengo foram 18 finalizações e só três entre as balizas, sendo duas já nos acréscimos do segundo tempo.
ST