Diniz – o maior Fã é o maior Crítico

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Criticar o Diniz não é pedir-lhe a cabeça. Tampouco é querer de volta Marcelo Oliveira, Abel Braga ou qualquer outro técnico que recentemente passou pelo Reino do Laranjal. Criticar o Diniz faz parte dessa história torcida-clube-técnico-arquibancada. Só quem ama o Flu se importa com o trabalho dele. O resto não. Pouco importa.

Fernando Diniz vem fazendo um trabalho interessante no Fluminense. Ele está conseguindo fazer o time jogar, como há muito tempo não víamos. Com posse, com postura, com maior domínio e muitas finalizações. Mas Diniz tem perdido jogos ou por insistência demasiada em seu estilo (prefiro isso do que falar “teimosia”) ou por ainda não ter entendido que Léo Arthur é diferente de Ganso, que é diferente de Airton, que é diferente de Gilberto, que é diferente de Luciano, que é diferente de Guilherme, que….

O plantel do Flu não é homogêneo. A peça que entra, na maioria das vezes, não consegue exercer a função da peça que sai. Não podemos esperar o mesmo desempenho de Léo Arthur do que Luciano vinha fazendo. Da mesma forma, o meio de campo com Airton fica muito mais pesado do que com Ganso. E as coisas mudam. O jogo muda.

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Não quero aqui apontar erros individuais, pois não vamos falar isso. Vamos falar do nosso coletivo. Ontem o nosso treinador errou feio. Talvez o primeiro erro feio dele no ano. Não podemos pensar em jogar de igual para igual, contra o Athlético-PR na sua casa, no gramado sintético molhado, como nosso time misto. Deu no que deu. Diniz precisa entender, ou enxergar, que nesse início do trabalho dele, que precisamos encontrar um esquema “B” de jogo. Por exemplo, o segundo tempo lá na Colômbia, quando o time recuou e segurou o ímpeto do adversário.

Muitos treinadores no Brasil fazem isso. Olhem o Barroca, no Botafogo – ah, mas o time deles é horroroso, uns vão dizer. Mas já estão com 12 pontos, o dobro de nós. Por que? Pelo fato dele ter adotado um sistema de jogo que entende a limitação do elenco. Nem de longe penso que o Flu deva se comportar como o time monocromático, longe disso. Mas serve de lição quando se compara os resultados efetivos no Brasileirão.

A torcida tricolor gosta muito do trabalho do Diniz, na sua maioria. Todos querem que ele fique por muitos anos, tal qual Kloop (alias, essa coluna aqui foi sensacional), mas nosso comandante precisa enxergar que, quando formos enfrentar adversários sem a nossa condição máxima, precisamos ter uma saída, caso o jogo ofereça muitos riscos, como foi o caso, nesse último domingo.

E ele tinha opções diferentes. Se poupou Gilberto e deu chance ao Julião, por que não colocar Mascarenhas na lateral e Caio Henrique no meio formando a dupla de volantes com Allan? Outro ponto é Láo Arthur chegou, ganhou a simpatia do treinador e só. Pablo Dyego é cria da casa e está louco por uma chance. Por que não ele, ali no lugar de Luciano? E se fecha um pouco mais. Joga pela segunda bola, por um contra-ataque. Não precisamos ter mais posse de bola, mais finalizações. Isso não ganha jogo. Como uma vez disse Emiliano Tolívia, da galera do Papo de Flu, isso não é campeonato de Bobinho. O que ganha pontos no futebol  é bola na rede.

No meio de semana temos a Copa do Brasil. Jogo lá no Mineirão contra um Cruzeiro galáctico, que vem sendo cobrado pela torcida por bons resultados, e pela goleada sofrida no Brasileirão para nós. Mais uma vez o elenco volta a ter jogadores que não podem jogar, por questões de inscrição. Contudo, a depender dos exames de Ferraz e Yony, o time vem mais robusto, mais completo. Frazan seria a escolha natural, por ser zagueiro. Na frente Pablo Dyego, Léo Arthur, Kelvin e Ewandro brigam pela vaga de Yony, que dificilmente jogará. Tenho fé na classificação.

E domingo que vem, pelo Brasileirão, tem Fla x Flu. E para esse jogo não poderemos contar com Nino e Airton (suspenso); Ferraz será reavaliado nessa segunda (dores no joelho); e Yony Gonzales (lesão na coxa). Ou seja, poderemos ficar sem 2 dos 3 zagueiros que temos no plantel (Digão ainda se recupera e é difícil ser aproveitado; Léo Santos está fora por pelo menos mais dois meses). A zaga será formada por Frazan e Yuri? Complicado!

Lembrando que não temos nem Pedro e nem Marcos Paulo para esse dois jogos. Não preciso estar ao seu lado para ouvir um palavrão. Pois é. Penso assim também!

Então, esses jogos serão muito difíceis para o Flu. Esperamos que Diniz saiba armar o time para jogar cada partida, da forma que tem que ser jogada. E que se tiver que recuar em algum momento, ou dar chutão para brigar lá na frente, que assim o faça.

O estilo Diniz precisa de tempo para ser aprimorado, refinado. Mas o Flu precisa de pontos no Brasileirão. Há de se encontrar um meio termo nesse início de trabalho. Tenho certeza que daqui há três anos nosso time jogará por música clássica. Mas, por hoje, se precisarmos meter um funk no meio para sair do sufoco nos jogos, que assim seja, O que vale é a torcida cantar ao final dos jogos.

ST

Washington de Assis

 


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