Fala, presidente: “Tenho certeza que ano vem que teremos 2x ou 3x mais sócios”

Depois da apresentação, Mário sentou para responder os jornalistas. E falou bastante sobre o final de ano, Marcão, Odair, negociações, e muito mais:

Chegamos agora no final da legislatura de Pedro Abad. Alguns contratos se encerram. Como é isso? E o portal da transparência?

Dentre essas PJ’s tem uma série de profissionais que trabalham no clube. Estamos reavaliando tudo. Eu tenho origem da advocacia trabalhista. Eu estou estudando todas as situações. Tem muita gente que é PJ, dando um valor absurdo. Todos os contratos estão sendo revistos. Alguns já foram encerrados. Estamos fazendo levantamento de 4 empresas para contratar.

No portal da transparência vocês poderão ver quem tá ali e quanto recebe. Contrato de imagem é PJ. A única coisa que temos que fazer é mostrar, ser transparente. Tem esse, desse departamento. Aquele, daquele departamento. No próximo balanço constará isso. Em Janeiro vai estar funcionando, mostrando quanto custa qual departamento, como é o contrato, etc. É um balanço antecipado, mensal.

Desde a campanha, você nunca negou que tinha desejo de repatriar o Fred. Terminado o Brasileirão, tem alguma negociação?

Fred é um dos maiores jogadores da historia do clube. É uma pessoa que tenho uma relação de amizade. Encontrei ele sem querer. Não sabia que o Cruzeiro treinava lá, ia ser aqui no CT e eles pediram para mudar. Ele passou na minha sala, desejei sorte a ele. De lá pra cá não falamos mais. Ele tem contrato com Cruzeiro até o fim de 2020, com salário muito além do que podemos pagar. Não fomos procurados por representantes dele, nem do Thiago Neves. Nem procuramos. Estávamos focados em sair da situação ruim, e o fizemos com louvor. Terminamos com 10 pontos do primeiro que caiu. Há o interesse de algum dia ele voltar. Se ele entender a situação do clube de reconstrução, ai sim a gente pode conversar. A gente tem que montar time, tem que reconstruir o clube. Eu sempre clamo nas coletivas para o torcedor se associar, porque é isso que vai fazer que a gente tenha possibilidade de contratar jogadores com salários altos. Havendo oportunidade e sendo desejo deles voltar nas  condições que podemos pagar, vão ter conversas.

Caio Henrique, Nino, Allan e Evanílson

Nino: Está bem encaminhado. Havia uma opção de compra por 50% dos direitos. Eu consegui pelo mesmo valor comprar um percentual maior. Ele entendeu, já triangulamos uma operação. Tínhamos um crédito a receber do Corinthians, que vai assumir o pagamento com Criciúma. Deve assinar por 3 anos.

Caio Henrique e Allan: conversamos com o clube e fizemos propostas de salários para eles. Ambos manifestaram desejo de ficar, mas são jogadores de clubes da Europa.

Evanílson: Quando cheguei, ouvi dele. Fui falar com os empresários. O Fluminense tem 60% dos direitos deles até Fevereiro. Mas ele pode sair direto, sem o clube receber nada. Ele é um garoto correto, já tivemos 3 conversas. A última delas ontem, e evoluiu mais. Hoje, o Fluminense não tem nada. Naquele momento, lá atrás, se entendeu que ele não era valorizado. Ele tem propostas de clubes da Europa. Tentei mostrar a ele que confio nele. É uma negociação difícil. Ele tem pré-contrato assinado com o clube do empresário. A conversa está boa e faço questão de agradecer o jogador e seus representantes.

neste exato momento, estamos negociando, de maneira frágil, com jogadores. Eles não tem contrato com o clube. A gestão anterior não quis fazer contratos superiores a 2 anos, pra não passar a gestão deles. Quem ficar, vai ser uma vitória nossa. O contrato mais longo protege o ativo do clube.

Gilberto: conversas para ficar.

Yuri: avançado pra ficar.

O que as CND’s podem significar pro clube

Na verdade, com elas, as empresas podem incentivar. O Fluminense precisa delas para alocar dinheiro em alguns setores. Sem CND, não sai de Brasília. Isso me permite reformar Xerém, a sede, o CT. As empresas não podem botar dinheiro no Fluminense. É uma credencial pro Fluminense receber dinheiro de fora.

Celso Barros fica de fora para 2020? E um balanço desses 180 dias.

Segue mantida a decisão do Celso. Isso a gente deixa pra discutir mais adiante. Com relação à gestão, esses 6 primeiros meses foram de contenção de danos. A situação era muito ruim. E dentro dessa contenção de danos, sobrevivemos, principalmente, no futebol. Eu dei uma entrevista que foi maldosamente interpretada, falando do rebaixamento de 4 clubes num campeonato de 20. São 20% de rebaixados com muita diferença de dinheiro. Você não pode, num campeonato que tem dimensões continentais, rebaixar 4 em 20. Tem que rever o futebol brasileiro como um todo. Então foi razoável se manter. Iríamos perder 80 milhões de receita, que vai acontecer com o Cruzeiro. Quem caiu, não recebe um real. Como a Chapecoense se levanta?

Se mudar treinador já muda muito, imagina mudar um presidente no meio do ano. Imagina o terror de mudar um presidente no meio do campeonato. Eram 3, 4 meses de salário atrasado. Jogadores recebendo propostas, como Luciano e Pedro. Sem a venda, o Fluminense não era viável. E deu tudo certo, mas foi muito difícil. Tive que tomar decisões difíceis. Se não tivesse vendido, eram 7 meses atrasados e poderíamos ter caído, e aí diriam que caiu por causa desses salários. Tentamos ser os mais transparentes possíveis. E a torcida abraçou, fez uma grande despedida no Maracanã. E tenho certeza que aumentaremos em 2 ou 3 vezes o número de sócios.

Contratação do Odair? Ele indicou alguém?

Era um nome que tínhamos no radar. Ninguém não qualificado fica 1 ano e 10 meses num clube como Internacional. Tivemos com ele na Terça-Feira a noite, foi uma longa conversa. Foi basicamente uma entrevista dupla. Ele queria entender o projeto do clube, e nós queríamos entender o que ele podia dar para nós. E também tinha a questão da referência, todos a que perguntamos sobre o Odair respondiam que era um grande profissional, com um grande caráter. Ele mostrou o trabalho dele, entendeu a situação do clube e ontem nossos profissionais do scout fizeram uma primeira reunião com ele. Assim que o Odair sair do curso, tudo irá se definir. Seremos criativos. E quero elogiar o Angioni. São 7, 8 jogadores pretendidos por outros clubes. Ele trouxe o Allan, o Nino, o Yuri, o Caio, o Ganso. Ser diretor-executivo com dinheiro é uma situação, sem dinheiro é outra. Estamos confiando no scout, no Paulo e na credibilidade.

Sem o Celso, como fica o Dep. de Futebol? E a revitalização das Laranjeiras?

Eu sempre vinha dizendo que o Vice de Futebol é um cargo político. Não um executivo. Culturalmente no futebol brasileiro, o vice é o cara que contrata. Mas ele é apenas o representante. Particularmente eu acho que é uma figura que deveria ser abolida. É uma exposição enorme. Serve para atrair ônus, não há bônus. O futebol profissional deve ser tocado pelos profissionais do futebol, que estão aqui no dia-dia.

Sobre a revitalização, tem a comissão interna. A primeira reunião foi muito boa. Nós abraçamos o projeto. Agora precisa achar quem financie. Mas essa questão não dá pra ter ansiedade. Vai demorar.

Outros jogadores como Airton, W. Nem, Pablo Dyego tem contrato acabando agora..

Airton: não vamos ficar com ele.

Nem: Ainda não conversamos. Ele é de um clube, então tem outras questões.

Pablo Dyego: idem ao Nem, mas é prata da casa.

Gilberto: fizemos uma proposta para Fiorentina, que estavam inclinados a aceitar. Ele se vincularia ao Flu e teria % ligados a Fiorentina ainda.

Digão: tem vínculo com Cruzeiro até Julho de 2020. Teria que se desfazer para começarmos.

Ewandro e Brenner: liberados

Guilherme: liberado

Agenor: liberado

Em relação ao Daniel, porque você acha que não foi possível a renovação? E em relação ao Marcão, você disse que foi um trabalho. Porque mudar? O Odair muda a filosofia do que vinha sendo feito.

Palavras do empresário: a proposta do Flu foi irrecusável, mas ele optou pelo Bahia. A pergunta tem que ser feita para ele. Fizemos uma proposta quando chegamos, ele não acenou positivamente. E disse que iríamos conversar depois do Campeonato. Mas aí ele não quis, mesmo gostando da proposta. Ele ficou honrado pelo reconhecimento. Mas no dia seguinte o empresário falou que ele decidiu por ir.

Uma das coisas que dizemos ao Odair é que nos acostumamos a jogar com a bola, propondo o jogo. Ele mostrou as porcentagens do Inter, que era um time que tinha bola. Ele falou que trabalha de acordo com o elenco que tem, e lá Inter precisava ser daquele jeito. A tua pergunta é muito boa, mas em termos técnicos, ela é diferente em agosto e agora. Teremos uma pré-temporada. É um treinador que saiu da Série B direto pra Libertadores.

Marcão: grande homem. Fiquei chateado com a opinião de alguns, querendo desqualificar um cara que tenta se aprimorar sempre. Ele está sempre com a camisa do clube. Ele não segue porque esse era o combinado com ele. Ele me falou que quer ajudar no processo de reconstrução do Fluminense. Conversei com ele depois do campeonato e ele disse que a posição se mantinha.

Voltando a falar de ataque. Tem alguma conversa com Everaldo, da Chapecoense? E o Marcos Paulo, há interesse em negociá-lo?

Marcos é um jogador que ajudou muito no final da temporada. Eu admiro como pessoa também. Ele teve uma evolução boa. Ele estava chateado no vestiário depois de perder o gol, ali eu senti. Recebemos propostas por ele agora no final do ano, não quisemos nem ouvir. Ele tem passaporte europeu. Vão aparecer uma série de clubes querendo o jogador. Nessa janela ele não será vendido. E no ano, vai depender da situação do clube, das receitas. Temos créditos da TV por exemplo, que, se forem liberados, irão ajudar bastante no ano que vem.

Everaldo: Eu e Paulo gostamos muito. Está no scout antes de eu ser presidente. Foi feito um contato com ele sim. Estamos esperando uma resposta.

 

Confira a entrevista, no Youtube: