Fluminense começa caminhada no Brasileiro de Aspirantes

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A tarde deste sábado (17) vai ser especial para o torcedor do Fluminense. Antes do jogo contra o Ceará, às 19h (de Brasília), no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro profissional, o tricolor poderá prestigiar a estreia do time sub-23 no Campeonato Brasileiro de Aspirantes. O projeto, idealizado pelo diretor executivo de futebol Paulo Angioni, terá o comando em campo do ídolo Marcão, auxiliar-técnico do time principal, auxiliado por Ailton Ferraz e Edevaldo de Freitas  A equipe tem como primeiro desafio o Avaí, na Ressacada, às 15h (de Brasília).

Um dos grandes objetivos da criação do time sub-23 no Fluminense é diminuir a distância entre as categorias de base e o futebol profissional do clube, ampliando a ligação entre os departamentos, como explica Paulo Angioni.

– Vários aspectos são importantes para que a gente se entusiasme com a ideia do time de aspirantes. Um deles é que a gente passa a ter um vínculo maior com a base. O Fluminense tem em Xerém seu núcleo de formação. Estou em minha terceira passagem pelo Fluminense, e nas duas anteriores eu percebi que o futebol de base do clube sempre esteve distante do profissional. Ao retornar para o clube, comecei a buscar um entendimento com a direção principal do clube, mostrando que precisaria haver essa interligação, que isso seria de grande valor para o Fluminense. Até porque uma das grandes chancelas históricas do Fluminense no mundo futebol é a formação de jogadores, haja vista a quantidade de grandes jogadores formados.

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Além de ampliar a ligação entre os departamentos, a equipe também serve como um meio de acompanhar mais de perto a maturação dos jogadores formados no clube, com oportunidade de ganhar minutos de jogo, e uma aproximação ainda maior com a comissão técnica do time principal, que tem a oportunidade de ver de perto esses garotos.

– Por muitas vezes você trabalha com o jogador seis, sete anos na base e quando chega a possibilidade de ele ingressar ao futebol profissional do clube, ele não tem espaço necessário e acaba saindo emprestado, porque continua com contrato com o clube, e acaba não tendo o sucesso que poderia ter caso ficasse no clube, maturando por um pouco mais tempo. Esses jogadores geralmente são emprestados com você pagando o salário – explica Paulo Angioni, que completa:

– Têm jogadores que eventualmente despontam muito mais cedo, com o mercado internacional buscando esses jogadores cada vez mais jovens. Com isso, comecei a entender que o mercado do futebol brasileiro de 22 a 29 anos é muito escasso. Quando um clube da grandeza do Fluminense contrata um jogador desse perfil, vindo de fora do Brasil, geralmente chega como uma aposta. Então por que não maturar os nossos jogadores um pouco mais, até 23 anos? Essas são as convicções que passamos a ter para poder estar feliz com a implementação desse trabalho.

O Campeonato Brasileiro de Aspirantes terá duração de quatro meses. A competição será disputada por 16 equipes – o Fluminense é a única do Rio de Janeiro. Os times estão divididos em dois grupos de oito, sendo que cada equipe enfrenta os adversários da outra chave. Após as oito partidas da fase inicial, os quatro melhores de cada grupo avançam para as quartas de final, iniciando a fase de mata-mata, com jogos de ida e volta até conhecermos o campeão.

O Fluminense foi uma das equipes que pleiteava desde o início de 2020 que a competição durasse um pouco mais – cerca de sete meses -, mas os planos foram atrapalhados pela pandemia do novo coronavírus. O dirigente tricolor crê que em 2021 o torneio será mais longo e explica que os custos do clube com esta competição são pequenos.

– Acredito que no ano que vem essa competição terá um calendário mais amplo, que facilite e ajude os clubes a desenvolver esse trabalho. É uma competição que o clube tem pouco custo, já que os atletas que participam são formados aqui e com contrato em vigência. Esses jogadores têm contrato, a comissão técnica toda está aqui dentro, já trabalham no Fluminense, seja no profissional ou na base. Com isso, vamos maturar mais esses jogadores que já estão no clube há bastante tempo. Além disso, a CBF custeia grande parte das despesas. Isso tudo nos dá a esperança de que este trabalho tenha sucesso e a gente passe a ter mais jogadores genuinamente formados no Fluminense no time principal.

Como o Fluminense em suas categorias de base costuma utilizar atletas com  um ano a menos do que o máximo da categoria, o time sub-23 é formado por muitos jogadores de 1999 e 2000, com alguns destaques nascidos em 2001 – trazidos para ganhar mais tempo de jogo e serem observados mais de perto pela comissão técnica do time principal. O grupo também conta com jogadores um pouco mais velhos com contrato em vigor com o clube, já que a competição permite que até quatro jogadores acima de 23 anos sejam relacionados para as partidas.

E antes mesmo da estreia oficial do sub-23, esta integração já mostrou resultados. O técnico Odair Hellmann buscou três atletas que eram parte integrante do projeto e que passaram a ter chances no time principal, casos do volante André e do atacante Luiz Henrique, que atuaram pela equipe nos jogos amistosos contra o Botafogo sub-20 no fim de julho e início de agosto, além do lateral-direto Calegari.

Além disso, o diretor executivo de futebol, Paulo Angioni, deixou em aberto a possibilidade da chegada de jogadores de outros clubes que tenham sido observados e bem recomendados pelo scout do clube. Um desses é o lateral-esquerdo Raí, que após se destacar no time principal do Americano, passou por um período de testes de um mês no Fluminense antes de ser aprovado e acertar com o clube para fazer parte deste projeto.

– Isso também nos abre a possibilidade de ver no mercado um atleta de 20 anos que já atue entre os profissionais na Série A, B ou até C, que o serviço de captação e inteligência do Fluminense, conduzido pelo Ricardo Corrêa, observe e se pode perfeitamente trazer este jogador para cá para disputar essa competição e acompanharmos de perto a maturação e a qualidade dele. Mas isso serão poucos, no máximo três jogadores vindos de fora. E esses casos são de jogadores bons, com potencial, baseados nos critérios do serviço de inteligência do clube.

Com o time de aspirantes treinando diariamente no Centro de Treinamentos Carlos Castilho e sendo observado de perto pela comissão técnica da equipe principal, o Fluminense fez mais uma melhoria em seu CT, com a criação do campo 3, que será inaugurado em breve.

– Isso tem um significado muito grande para mim, porque no momento em que atingimos o estágio em que atingimos hoje, com essa ligação direta entre a base e o futebol profissional, nos dá uma satisfação muito grande, pela proximidade e o conhecimento que passamos a ter de tudo que acontece na base para que amanhã possa servir ao futebol profissional. Essas são as minhas finalidades, que foram incorporadas pela direção principal. Estamos prestes a inaugurar aqui no CT um terceiro campo, que vai nos ajudar muito. E tem essa integração com a base que eu acho que é fundamental para o futuro do Fluminense – encerra Paulo Angioni.

Marcão, Aílton Ferraz e Edevaldo de Freitas, os ídolos que fazem a integração

O time de aspirantes do Fluminense será comandado por uma figuras bastante conhecidas pela torcida tricolor. Trata-se de Marcão, que será o técnico, auxiliado por Aílton Ferraz e Edevaldo de Freitas. Os três fazem parte da comissão técnica do time principal e serão a principal ponte desta integração.

– Estamos com uma expectativa muito boa. O seu Paulo (Angioni, diretor executivo de futebol) foi muito feliz quando idealizou o projeto sub-23, oportunizando esses meninos que, de alguma forma, ou estariam emprestados ou não estariam tantas oportunidades de estarem próximas do time de cima. A expectativa é sempre muito boa. Temos alguns jogadores que, já pelos jogos amistosos que fizemos, tiveram a oportunidade de estarem atuando entre os profissionais, o Odair (Hellmann, técnico do time principal) tem usado os meninos com frequência, não só em treinamentos, mas em jogo. Isso nos anima muito, fortalece a ideia dos meninos em relação ao clube. Expectativa de fazer grandes jogos, deixar os meninos prontos para, em uma necessidade, eles estejam prontos para serem utilizados no time principal – conta Marcão.

Por fazer parte da comissão técnica do time principal, Marcão tem uma relação muito próxima com o técnico Odair Hellmann. Os dois “trocam figurinhas” e isso fortalece ainda mais a integração, grande objetivo do projeto.

– Temos uma relação muito próxima. Conversamos muito, o staff todo. Trocamos sempre ideia com o profissional, com o Odair, com o Maurício Dulac. Procuramos estar sempre trocando ideia, são jogadores que estão atuando, trabalhando diretamente aqui. Estamos nos ajudando bastante para tentar tirar o melhor de cada um e ajustar eles para o profissional, caso precise em algum momento. É uma relação muito boa, não só com o profissional, mas com o sub-20 também. Estamos acompanhando e este processo tem funcionado bastante. Acredito que a gente, fortalecendo essa unidade da base com o profissional, só tem a ganhar – revela Marcão.

O Fluminense está no Grupo B da competição, ao lado de Corinthians, CRB, Fortaleza, Juventude, Paraná, Red Bull Bragantino e Santa Cruz. Na outra chave, estão os adversários do Tricolor, que começa enfrentando Avaí e depois pega Ceará, Coritiba, Grêmio, Paysandu, Sampaio Corrêa, Santos e Vila Nova-GO. Segundo Marcão, não existe outra forma de o Fluminense entrar em uma competição que não seja para vencer.

– O Fluminense, quando entra em uma competição, é para ganhar. Respeitando todas as demais equipes, mas entramos para fazer uma boa competição. É treinar bastante, trabalhar bastante e elevar o nome do Fluminense. Vamos fazer o melhor possível, treinar forte, com muito foco, para fazermos uma excelente competição.

Fluminense e Avaí se enfrentam neste sábado (17), às 15h (de Brasília), no estádio da Ressacada, em Florianópolis. A partida terá transmissão da CBF TV, através do MyCujoo.

Texto: Comunicação FFC


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