Good-Bye! Flu aceita a proposta e Pitaluga será jogador do Liverpool

A NEGOCIAÇÃO

Foram quase três semanas de negociação entre os clubes. A primeira oferta do clube inglês foi na casa dos R$ 3 milhões, recusada pela diretoria tricolor, que fez uma contraproposta mantendo parte dos direitos econômicos sobre uma futura venda. Esse ponto, foi justamente o maior entrave no negócio, mas no fim, o Fluminense, conseguiu ficar com 25%.

Os valores da operação podem chegar a R$ 12,5 milhões de reais, como revelado pelo site “UOL”, e confirmado pela nossa reportagem, entre bônus e mecanismo de solidariedade. O clube vai receber € 1 milhão (cerca de R$ 6,2 milhões), com mais € 1 milhão se o goleiro atingir todas as metas previstas no contrato.

Apesar de internamente enxergarem grande potencial no jovem, que acumula convocações para as seleções de base (Campeão da Copa do Mundo Sub-17 com a amarelinha), o Fluminense se viu forçado a aceitar a oferta pelo cenário atual. O primeiro fator é a crise financeira agravada por conta da pandemia do novo coronavírus. O presidente Mário Bittencourt já falou abertamente que precisará vender jogadores, e o clube aposta que Marcos Paulo será a próxima e principal transferência da temporada, mas as propostas pelo atacante não estão chegando como o esperado.

Até aqui, as vendas foram: Gilberto, para o Benfica, e Evanilson, para o Porto. Ambos com valores revelados. Tivemos também as vendas recentes de Lucas Ribeiro, o “Macula”, centroavante do sub-23, e Jefferson, atacante do sub-20 para o Estoril e César, lateral esquerdo do sub-23, para o Portimonense. Essas outras negociações não tiveram os valores revelados. Todos os clubes são de Portugal.

Outro fator que contribuiu para essa venda é que Pitaluga, atualmente, é a quarta opção do técnico Odair Hellmann, muito por conta da idade e consequentemente pela falta de experiência. Muriel é o titular da vaga, seguido de Marcos Felipe e João Lopes. O caso de Marcos Felipe, inclusive, é usado como exemplo dentro do clube. O goleiro também era convocado na base e sempre se destacou nas categorias menores no início da década passada, mas só este ano está tendo mais oportunidades de jogar. É  um consenso nas Laranjeiras que a maturação dos goleiros demora muito mais do que em outras posições.

De acordo com o GE, a questão contratual também pesou. Ainda na gestão Pedro Abad, Pitaluga renovou seu contrato nas Laranjeiras até fevereiro de 2022 e teve um aumento salarial considerável, já que estava na seleção brasileira de base e era visto com enorme potencial. Para não vendê-lo agora e renovar mais uma vez, o clube teria que elevar ainda mais a remuneração, chegando a um valor incompatível para um goleiro que, no momento, ainda é jovem e a quarta opção na fila.

O Saudações Tricolores apurou que a questão familiar também pesou na decisão do jogador. É um desejo do goleiro e de sua família jogar no Liverpool. O GE ainda concluiu que o clube inglês, inclusive, ofereceu moradia e prometeu emprego ao pai do jogador.

Pitaluga integrou o elenco da seleção brasileira campeã mundial sub-17 no ano passado e nesta temporada foi titular da equipe na Copinha, em janeiro. Enquanto atua pelas competições sub-20, o jovem já vinha treinando com o elenco profissional e chegou a ficar em duas oportunidades no banco do time principal em 2019, na época da lesão de Muriel. No Liverpool, o garoto será companheiro de Alisson, que é irmão de Muriel e com quem chegou a fazer treinos no CT Carlos Castilho durante as férias do arqueiro no início de 2020. Isso, inclusive, como noticiado nos jornais ingleses, que afirmaram que Alisson foi um percursor e ajudou no intermédio dessa negociação.

Caso o Fluminense consiga receber o valor total, Pitaluga será a terceira maior venda de um goleiro no futebol brasileiro, perdendo apenas para Cleiton, comprado este ano pelo Bragantino junto ao Atlético-MG por R$ 23 milhões e Alisson, que já era titular e goleiro de seleção brasileira quando foi negociado pelo Inter para a Roma, da Itália, por R$ 21 milhões em 2016.

ST

João Eduardo Gurgel