LEONARDO BAGNO – Nada a comemorar

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Tricolores,

Homenagem ao responsável pela sobrevivência do Fluminense F. C.

Estamos todos aliviados com o resultado da última rodada do Campeonato Brasileiro de 2018. O Fluminense não só permaneceu na primeira divisão, sendo certo que em nenhuma rodada entrou no Z4, como ainda conseguiu vaga para tentar o título da Sul-americana do ano que vem novamente.

Na saída do Maracanã, depois da vitória magra contra o América-MG, que veio a ser rebaixado para a Série B por causa do resultado da partida, deparei-me com inúmeros tricolores comemorando o feito, com sorrisos e abraços. Num breve momento, pensei que tivéssemos conquistado algo importante, mas logo a realidade veio à tona e percebi que o que estávamos comemorando era mesmo a permanência na divisão de elite do futebol brasileiro. Não era uma manifestação de alívio. Era de felicidade genuína pelo que tínhamos alcançado ao término do campeonato.

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Fiquei muito preocupado com esse sinal dado por nós. Nossa torcida, mesmo durante os quase 10 anos de seca, do final de 1985 a meados de 1995, nunca havia comemorado algo tão medíocre. Nossas aspirações parecem que não são mais a de um torcedor de time do tamanho do Fluminense, mas menor, bem menor.

Que a nossa gestão dá sinais de que não sabe nem conhece o nosso tamanho está mais do que óbvio. Agora, nossa torcida? Preocupante. Muito preocupante. Porque se nós, que vamos ao estádio para comemorar grandes resultados e também para cobrá-los, não o fazemos, é porque estamos contaminados pela mediocridade da gestão. Se não nos tratarmos o quanto antes, estaremos dando um grande passo atrás que custará anos e anos para recuperá-lo. Isso se for possível recuperar porque pode acabar sendo tarde demais.

E só para ficar claro que não estávamos apenas aliviados, a torcida conseguiu fazer “ola” no final da partida. Comportamento típico de torcida de Copa do Mundo para a qual absolutamente tudo é festa. Basta ver o comportamento da torcida brasileira durante o 7 x 1 (eu estava no Mineirão e teve gente que não só comemorou o gol do Oscar, que ocorreu depois de tomarmos sete gols da Alemanha, como cantou “vamos virar, Brasil”!). Ou seja, desconexão com a realidade maior do que esse não pode existir. “Ola” porque estávamos nos livrando do rebaixamento? Complicado.

Nossa torcida está machucada, entediada, desacreditada com o Fluminense e chateada por não ter a esperança de algo melhor no futuro. Nossos dirigentes dão sinais de que dias melhores não virão. As notícias que chegam é de que o Fluminense está cada vez mais afundado em dívidas, sem receitas e com o fluxo de caixa completamente comprometido. Montar um time para 2019 será praticamente impossível e será necessária uma boa dose de criatividade. Criatividade! Deixa para lá.

Nossos melhores jogadores estão com contrato para terminar agora, sem perspectiva de renovação, e os demais, com contrato, sendo vendidos. Outros, que seriam excelentes opções, que retornam de empréstimos também estão sendo negociados. Promessas da base estão sendo vendidas no pior estilo “o patrão ficou maluco” por qualquer migalha que surja na nossa frente. Em suma, estão dilapidando o nosso patrimônio, tendo em vista a total falta de competência para gerar novas receitas, com a finalidade de honrar com nossas obrigações.

Somado a isso está o nosso comportamento de torcedor de time médio, demonstrado na última partida do ano. Nem parece que somos torcedores de um clube responsável pelo nascimento do futebol brasileiro. Inúmeras vezes campeão. Se nós não entendermos que o exemplo e a cobrança passam obrigatoriamente por nós, a existência do Fluminense correrá sério risco.

Saudações Tricolores,

Leonardo Bagno

ACRÉSCIMO DE TEMPO: +3

46 min: Não temos técnico. Acho que sequer o teremos. Acabaremos indo de Leo Percovich no início do ano. De fato, o Carioca pode ser usado como um período de teste para ver o que será do Fluminense no restante do ano. O problema é que, se der errado, não teremos capital para convencer nenhum profissional a assumir o nosso time, que, com certeza, estará recheado de refugos de outros clubes e complementado com os moleques de Xerém, que serão jogados aos leões totalmente inexperientes mais uma vez.

47 min: Vasco e Corínthians querem o Sornoza. Não é só a gente que faz besteira. Não à toa, terminamos o Brasileiro na frente de ambos.

48 min: Júlio César, obrigado pela defesa do pênalti!

Twitter: @LeoBagno


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4 thoughts on “LEONARDO BAGNO – Nada a comemorar

  • 08/12/2018 em 12:22
    Permalink

    Leonardo,
    Concordo em tudo. Vejo nossos meninos pederem o brilho nos olhos ao falar do Flu.
    Parabéns pela coluna.
    Sou fã desse site.
    Para mim, o melhor de todos que falam do Flu

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