LEONARDO BAGNO – O timinho é um terror!

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Renato: de vilão a herói.

Tricolores,

Uma das maiores lembranças que tenho da minha infância enquanto tricolor foi um Fla-Flu disputado em meados dos anos oitentas. Não sei precisar de cabeça o ano – acho que foi em 1987 -, mas sei que Renato Gaúcho, hoje ídolo do Fluminense, à época era vilão.

Na semana que antecedeu o jogo, Renato, falastrão como sempre foi, declarou para a mídia esportiva que não se preocupava com o clássico porque o Fluminense, como todo mundo deveria saber, é um timinho.

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Assim como os flamenguistas cantam “aquele abraço” na acepção errada, já que Gilberto Gil, tricolor declarado, quando compôs a música, estava ironizando o abraço mandado para eles por conta de uma vitória do Fluminense em cima do mesmo Flamengo, só que em 1969, testemunhada pelo cantor e compositor no Maracanã, o mesmo acontece com o “timinho”.

Muitos chamam o Fluminense de timinho na tentativa vã de diminuir o nosso tamanho. Nada novo para nós que estamos mais do que calejados em incomodar o mundo e receber de volta a reação negativa do próprio.

Nós somos chatos mesmo.

Nós somos chatos. A verdade é essa. Henfil, cartunista consagrado e flamenguista, muito bem desenhou para quem é de desenho. E justamente por isso somos chamados de timinho pelos rivais. Mas, afinal, qual a verdade por trás do termo?

O Fluminense é tido como “timinho” não por conta do seu tamanho, mas em razão da mística de conquistar títulos inimagináveis, com times tidos como inferiores em relação aos adversários.

Conquistamos inúmeros títulos desta maneira ao longo da nossa história. O último? O Brasileiro de 2010. Muitos lembram-se deste time com Fred, Emerson, Conca, Mariano, Deco… Mas a verdade é que, com a exceção de Conca e talvez Mariano, todos os demais lesionaram-se ao longo do campeonato e ficaram vários jogos ausentes durante a nossa campanha.

Aquele título foi conquistado muito por causa do Gum, Leandro Euzébio, Marquinho, Tartá, Valencia, Fernando Bob, Alan… Entenderam o timinho?

Então, o que faz esses jogadores, considerados limitados ou piores do que seus adversários, crescerem e jogarem como gigantes, conquistando títulos que ninguém considerava possível?

A nossa camisa, senhoras e senhores. A nossa camisa.

Não há no futebol nacional, quiçá mundial, uma camisa tão pesada e linda como a do Fluminense.

Isso porque nossas cores têm uma harmonia perfeita. Verde, branco e grená foram feitos para seguirem juntos pelo mundo afora, tornando a vida das pessoas mais bela e alegre. Ainda que elas não tenham consciência disso.

Mas não são somente as nossas cores que fazem a nossa camisa ser tão pesada. É o nosso nome também: Fluminense. Nome que se impõe, cuja sílaba tônica soa nos ouvidos dos incautos como opressão. Não à toa, diga-se, porque o nosso nome oprime mesmo. O peso excessivo existe justificadamente, estamos falando do Fluminense. Enorme. Pioneiro. Tradicional. Vencedor. Campeão.

Por fim, nosso escudo. O entrelaçamento das nossas iniciais, formando um sorriso que insiste em permanecer por ali, com todo o seu esplendor e suntuosidade.

ATENÇÃO! Conteúdo pesado. O carregamento desta foto poderá demorar.

O conjunto de toda essa opulência faz o Fluminense. O Fluminense, por isso, é capaz de transformar as pessoas e retirar delas o que se tem de melhor. O Fluminense passa a ser o alicerce necessário para formar vencedores. O Fluminense torna-se a ferramenta ímpar para construir timinhos em campeões.

Lembram-se do Fla-Flu do início do texto? Pois bem, o Fluminense venceu por 1 a 0. Jorginho, Aldair, Leonardo, Zinho, Renato Gaúcho, Bebeto… aquele Flamengo perdeu para o “timinho” do Fluminense, gol de Washington.

A torcida, no túnel de saída do Maracanã, ao encontrar-se com a adversária, sem medo de ser feliz, entoou jocosamente: Êh! Ôh! Timinho é um terror!

Terminamos o turno do Campeonato Brasileiro de 2020 dentro do G4. Nosso ataque, ontem, foi Felipe Cardoso e Caio Paulista. Vencemos o jogo com um gol que só abençoa o time que busca a vitória. O “timinho” está tomando gosto pelo campeonato.

Tricolores, não duvidem do Fluminense. O “timinho” é capaz de ser campeão. Como? Eu não faço a mínima ideia. Só sei que ele é plenamente capaz.

Saudações Tricolores,

Leonardo Bagno


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