LEONARDO BAGNO – Seja sócio

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Tricolores,

O título é “Seja sócio”, mas poderia ser “Vá aos jogos” ou “Compre produtos oficiais” e não é difícil imaginar o motivo: o Fluminense precisa ser financiado para montar times competitivos e vencedores e a torcida é uma das suas possíveis fontes de renda. Os clubes grandes, em geral, possuem algumas: a cota da televisão, a receita gerada com a venda de jogadores (que deveria ser aceita apenas em caso de oferta irrecusável, tendo o retorno desportivo – e nunca o financeiro – como única meta), com os patrocinadores, com o merchandising e, evidentemente, com a torcida.

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A torcida tem um papel fundamental na contribuição para a criação e sustentação de um clube forte e sólido. Feliz é o clube que pode contar com uma torcida atuante e numerosa. O Fluminense tem tudo para ser um clube feliz e depende bastante do nosso comportamento como torcedor para que isso aconteça. Não só dele, mas especialmente dele.

Não estou querendo dizer que a torcida é a culpada quando as finanças do clube vão mal e não estão fortes. Há questões que ela não tem legitimidade para decidir e foge, portanto, da sua vontade e principalmente responsabilidade. Um exemplo simples é imaginar a torcida gerando receita alta para o Fluminense e sua gestão usando-a para a contratação de jogadores duvidosos e que não dão o retorno desportivo desejado. Ou empregando mal o capital em questões não-prioritárias (a construção de um Centro de Treinamento a toque de caixa sem o devido planejamento necessário é um exemplo concreto). Como colocar no colo da torcida essa culpa? Impossível.

É certo que o torcedor, fanático ou não, adora criticar o Fluminense quando este vai mal. As redes sociais ficam abarrotadas de comentários negativos, vociferando aos quatro cantos as sandices cometidas pelos gestores, comissão técnica ou jogadores. Está no papel de torcedor. Aliás, direito deste reclamar daquilo que entende errado. E se tem alguém que pode falar mal do clube e cobrar por melhoras é o torcedor, que sente nas costas o peso do dia seguinte.

Contudo, é verdadeiro afirmar que o torcedor só tem direitos e nenhuma obrigação? Será que o torcedor é aquele ser mimado, que fica sentado no sofá, reclamando de tudo e de todos, sem nada fazer para tentar ajudar o seu clube amado do coração a sair de uma situação crítica ou até de melhorar aquilo que já está bom?

Bem, de imediato, penso que o torcedor tem uma obrigação inata: a de defender o clube. Aquele torcedor que não defende o Fluminense não me parece ser um verdadeiro tricolor. Pode nunca ter ido a um jogo, não ter uma camisa oficial do Fluminense sequer, mas, se defender o clube, tricolor é!

Porém, além dessa, há alguma outra obrigação? Complicado dizer que cabe ao tricolor usar seu capital para financiar o Fluminense. Afinal, cada um investe a sua renda onde bem entender. Sem deixar de mencionar que há pessoas que não possuem condição financeira para repassar parte da sua remuneração para uma agremiação desportiva, ainda que essa não seja qualquer uma, mas o Fluminense. Há inúmeras outras prioridades antes de financiar o seu clube do coração.

Eu tive o prazer de conviver, nos tempos de Legião Tricolor, com uma pessoa mais velha do que eu uns vinte anos, chamada Marco Aquino (saudades!), infelizmente já falecida. Marcão, como era tratado carinhosamente por causa da sua estatura privilegiada, dizia o seguinte: “O Fluminense é a coisa mais importante das menos importantes”. Impossível discordar.

Ainda que concluamos que não é obrigação do torcedor contribuir financeiramente com o clube, fato é que ele é o principal – e talvez o único – afetado com o desempenho do Fluminense ao longo da temporada. É ele que sofre e comemora as derrotas e vitórias. Só ele. Ninguém mais.

Por outro lado, é canalha demais quando o clube coloca no colo do torcedor a responsabilidade pelo fracasso desportivo. Dizer que o clube vai mal porque o tricolor não se mobiliza é transferir para terceiros aquilo que deveria partir de quem lidera a instituição e se candidatou espontaneamente para fazê-lo. Mas e quando o clube cumpre com o seu papel e as pessoas que estão à frente dele conseguem, através de um esforço inimaginável (mesmo que tardiamente), contratar como reforço um jogador fora-de-série, com qualidade técnica de nível mundial?

Se tem um momento que o tricolor precisa se mostrar presente é este. Disso não tenho dúvidas. Cabe ao tricolor dar como resposta a sua mobilização em prol do Fluminense, seja associando-se ao clube, seja comprando produtos oficiais, seja indo aos jogos com frequência, seja fazendo essas três coisas simultaneamente e, de preferência, com regularidade.

Se nós não dermos essa resposta positiva, estaremos sinalizando que não nos importamos com o que fazem por lá. Que eles podem fazer o que quiserem: contratar o Sornoza ou o Paulo Henrique Ganso. Tanto faz. Afinal, nosso comportamento não muda: permaneceremos “cornetando” com ou mais intensidade, o que o caso exigir, na nossa conta do Twitter, Facebook, Instagram… Enfim, permaneceremos descompromissados no nosso mundinho virtual aconchegante e de fantasias. Definitivamente, não é essa a resposta que precisamos e devemos dar. Precisamos atuar, gerando efeitos práticos e concretos.

Um Fluminense forte passa, necessariamente, por uma torcida presente. E uma torcida presente faz, justifica e mantém um Fluminense como Fluminense. Feito de Gansos. E não de Sornozas. Por isso, seja sócio, vá aos jogos e compre produtos oficiais do Fluminense. O Fluminense agradece e nós comemoramos na arquibancada.

Saudações Tricolores,

Leonardo Bagno

ACRÉSCIMO DE TEMPO: +6

46min: Yony Gonzalez tem força, simpatia e futebol. Só não vira ídolo se não quiser.

47min: Espetacular cantar Colômbia, no ritmo que os colombianos cantam, após os gols do Yony. Vergonhoso cantar que o mesmo jogador pratica sexo com o jogador do Flamengo. Que tal repensarmos essa música, hein?

48min: Aliás, Ganso chegou e já tem uma musiquinha circulando na Internet para ele. A versão é horrorosa, mas tão horrorosa que eu nem vou divulgá-la para não dar ideia errada. Triste mesmo. Pode confiar. Menciona Neymar, Arrascaeta (que fixação em falar neles!), que teremos faniquitos se ele não vier e por aí vai. Temos que repensar esta aqui também, galera!

49min: Anotem o que vou escrever: o Flamengo tentará contratar o Fernando Diniz ainda em 2019 para assumir a bagunça deixada pelo Abel Braga. Yony também será sondado no meio do ano. Ganso idem! Sempre foi assim e sempre será.

50min: Começou em 31 de janeiro de 2019 a dor de barriga deles. Cada vez mais 2019 fica com a cara de 1995.

51min: Seremos campeões!

Siga-me no Twitter: @LeoBagno


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12 thoughts on “LEONARDO BAGNO – Seja sócio

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