Leonardo Bagno – Temos que ganhar

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É assim que se joga Fla-Flu: com sangue nos olhos.

Tricolores,

Ganhar clássicos não tem sido fácil para nós neste século. Nosso desempenho contra nossos rivais é aquém do razoável. E os motivos para isso são vários. Contudo, dois são determinantes: a arbitragem e a competência.

Não é preciso ser nenhum gênio para perceber que o Fluminense é o patinho feio para a Federação de Futebol do Rio de Janeiro. Aliás, basta saber ler e ter o mínimo de capacidade interpretativa para concluir que Caixa d’Água nutria e Rubens Lopes nutre desprezo pelo Fluminense. São inúmeras as declarações dos dois contra a nossa instituição. E não só as declarações, mas atitudes que, invariavelmente, prejudicavam e prejudicam o Fluminense. A título de exemplo, que, por óbvio, não se exaure nele, o Fluminense não tem a sorte de vencer um “sorteio” sequer realizado pela Federação. Qualquer um que tenha sido realizado e que envolva o Fluminense dá o outro lado. É o único sorteio do mundo com duas possibilidades cuja probabilidade não é 50%.

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Não sei dizer quando essa campanha contra o Fluminense começou. Imagino que esse tratamento tenha começado em 1986, em razão do WO que a Federação impôs ao Fluminense por não ter ido jogar contra o Americano em Campos (naquela oportunidade era o time defendido por Caixa d’Água, sua grande paixão, como hoje temos o Bangu de Rubens Lopes, que, coincidentemente, é semifinalista do Estadual), uma vez que quase todo o time titular tricolor estava com dengue e não tinha como disputar a partida. A Federação exigiu o comparecimento do Fluminense, que se negou a entrar em campo por motivos óbvios. Hoje, vemos o próprio Fluminense abrir mão de disputar uma final de campeonato de base contra o seu maior rival porque este sofria com um surto de caxumba, impossibilitando vários titulares de disputar a partida. Não à toa o Fluminense é gigante.

Bença, Assis.

Desde esse episódio até os dias de hoje, o Fluminense sofre com a Federação. E a arbitragem tem papel fundamental no nosso desempenho diante dos rivais. Ouso algum torcedor de algum rival apresentar jogos vencidos pelo Fluminense com erros de arbitragem determinantes a nosso favor. Não há. O contrário, contudo, é a regra. Absolutamente todo ano o Fluminense é deliberadamente prejudicado pela arbitragem. Neste ano de 2019, inclusive, já sofremos contra o Vasco em Brasília (pênalti claro em Bruno Silva não marcado), contra o Vasco na final da Taça Guanabara (o complô formado entre este, Consórcio e a Federação para prejudicar propositalmente o Fluminense e a sua torcida, que sequer pôde entrar no estádio), contra o Flamengo na última rodada da Taça Rio (mesmo com os reservas tricolores, o juiz, com medo de uma hecatombe rubro-negra, deu absurdos 2 minutos de acréscimos num segundo tempo cheio de gols, substituições e cera flamenguista) e o último Fla-Flu (não preciso listar aqui as bizarrices daquela partida, né?).

Portanto, ainda que o Futebol nos privilegie com partidas surpreendentes, com finais inusitados, fato é que isso ocorre uma vez ou outra. Afinal, mesmo com o juiz intencionado a prejudicar um lado, pode haver o “azar” de uma bola chutada da intermediária entrar no ângulo do time protegido, sendo este gol o resultado final da partida, e contra isso nada pode ser feito. Só que isso não é comum de acontecer. No final das contas, o prejudicado sempre será prejudicado e isso refletirá diretamente no seu desempenho, como é o caso do Fluminense.

Por outro lado, nós também temos participação determinante para o desempenho pífio em clássicos. Nossos últimos administradores não tiveram, e o atual não tem, competência de tornar o Fluminense um time forte nos corredores da Federação e, pior ainda, não transmitem para os jogadores e Comissão Técnica a importância de o Fluminense se impor diante dos rivais.

Clássico não é mais um jogo dentre vários disputados no ano. Clássico é clássico e deve ser disputado, em qualquer circunstância com raríssimas exceções, para vencer. Demonstra força, ainda que na rodada seguinte perca-se para o Mesquita no Maracanã. Traz torcida para os jogos. Dá conforto para o torcedor, mesmo numa temporada sem títulos.

Clássico fica marcado para sempre. Mesmo aquele disputado numa terça-feira à noite, válido por um campeonato caça-níquel da vida. Este jogo participará da estatística do mesmo jeito que o Fla-Flu de 25 de junho de 1995. Valerão a mesma coisa, portanto. Os jogadores precisam entender – e eles não entendem porque eles não são torcedores do Fluminense – a importância de ganhar clássico. E eles somente entenderão se tiver alguém dentro da Diretoria que explique isso para eles. Não é função do técnico, do preparador físico ou do massagista. É função do dirigente, entrar no vestiário ou na concentração e explicar para os jogadores o que acontecerá dentro de algumas horas quando entrarem em campo. Isso o Fluminense não tem feito. Se faz, faz mal. Nas poucas vezes que fizemos direito, nosso desempenho foi muito melhor.

A torcida pulsará novamente.

Hoje vamos entrar em campo novamente para disputar um clássico. Hoje vale mais do que todos os outros já disputados no ano. É a fase final do Estadual que, mesmo mal organizado, vale a mesma coisa do que aquele disputado em 1995 (cujo regulamento era infinitamente mais complicado do que o do atual, mas todos estavam lá na arquibancada para ver o Fluminense campeão com sorriso no rosto). Quero ganhar do mesmo jeito!

Enfim, o Fluminense precisa ser mais forte nos bastidores, seja para atuar nos corredores da Federação, seja para apresentar para os jogadores o que significa ganhar clássicos. Sem isso, permaneceremos nesse patamar ridículo que nada condiz com nossa grandeza e história.

Dito isso, hoje é dia de estar com a nossa torcida. Não que a Sul lotará. Mas teremos torcida. Os dez mil de sempre. Aqueles que já estão acostumados a carregar o piano dentro e fora do estádio. Os que calam qualquer massa que estiver do outro lado. Hoje teremos bateria e bandeiras. É a torcida voltando a pulsar. Promete. Quem for ao Maracanã viverá tudo isso. Que aquele nosso chute da intermediária venha e que o jogo acabe logo em seguida. Camisa tricolor no corpo, cerveja na mão e foco. Nos vemos mais tarde. Boa sorte para todos nós.

Saudações Tricolores,

Leonardo Bagno


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