Na conta do chá e no lampejo de Nene – Flu apresenta dificuldades, mas bate Vasco destroçado

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O Flu mais uma vez venceu sem convencer à ninguém. Um time apático na hora da criação, dependente de lampejos de Nene, foi o que a galera tricolor assistiu pelas telas de TV – os portões estavam fechados. E poderia ter sido pior, se Marrone acertasse o chute, num cruzamento pela nossa canhota, no inicio do jogo. A bola, caprichosamente, passou à esquerda de Muriel. Mas não foi e Nene, mais uma vez, mostra porque não pode ser sacado do time titular tricolor.

Numa bola espetada por Nino, Wellington Silva ajeita e, de prime, o camisa 77 dá um tapa para deixar Evanilson na boa para marcar o primeiro gol tricolor. E, tirando um lance similar – que o zagueiro vascaíno merecia o vermelho – o Flu pouco produziu na zona ofensiva. E isso, ao meu ver, tem uma explicação.

Se enquanto se defende, Odair monta seu time num 4-4-2, com Nene e Evanilson fazendo o primeiro combate; Marcos Paulo e Wellington Silva se juntando a Hudson e Yago na segunda linha (com os dois atacantes acompanhando os laterais) e, por fim, com a última linha antes de Muriel, composta pelos alas e zagueiros, na hora de atacar me parece que o treinador ainda busca sua melhor formação.

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O time, volta e meia, afunda muito a sua linha ofensiva, ficando com 4 ou 5 jogadores colados na entrada da área adversária, um tirando o espaço do outro. Nene é um meia que chega mais e constrói a jogada por ali – não à toa é artilheiro da equipe – mas essa característica acaba tirando o espaço para a velocidade de nossos atacantes. Não adiante trocar passes com Wellington Silva numa intermediária lotada, que ele não rende ali. Pode ter um ou outro momento de brilho, mas seu lugar é na frente, recebendo a bola em velocidade e partindo para cima.

Da mesma forma Evanilson. O camisa 9 até tenta, mas não consegue, pelo menos ainda, fazer o papel de pivô. O centro-avante ainda tem uma característica rara no setor: velocidade. Além do notório faro de gols, ele se movimenta muito e tem pernas para chegar na frente. Esse jogo embolado, na frente a área adversária, é um complicador. O que nos resta à nossa última peça de ataque: Marcos Paulo. Nesse sistema proposto, nosso craque não se encaixa. Ou ele joga por dentro, no lugar de Evanilson, ou ele dá seu lugar a Pacheco, que tem mais cara de ponta. Marcos Paulo ou joga na meiuca criativa, recebendo a bola no último terço e tenta a jogada, ou centralizado. Jogando como ponta é um verdadeiro desperdício.

Curiosamente, ali é o setor onde Odair tem mais opções. Além dos cinco mencionados acima, ainda temos o Ganso – que para muitos é titular do time -, Caio Paulista (que vem entrando bem, e participou ativamente do segundo gol de ontem) Michel Araújo (outra aposta que está precisando de um pouco mais de tempo, sobretudo após a virose), além de Matheus Pato, Gabriel Capixaba, Pablo Dyego, Matheus Alessandro, Felippe Cardoso e Lucas Barcelos. Alguns nomes já conhecidos e outros que estão chegando da base, querendo mostrar serviço – hoje, a maioria integra o sub-23, mas fica à disposição da comissão técnica.

Se Odair saiu daquele meio mais pesado, com Henrique e Yuri, e apostou num meio mais ágil, com Yago e Hudson, e parece ter acertado por ali, agora resta o treinador resolver o poder de fogo tricolor. Ontem, o Flu finalizou 8 vezes (4 certas e 4 erradas) e viu o Vasco chegar 15 vezes (2 certas e 13 erradas). Venceu por estar mais equilibrado e por ter um jogador que desequilibrou o adversário. Pouco, muito pouco. Mas vencemos o Vasco e quebramos um maldito tabu.

Que venha a paralisação e nova pré-temporada.

ST


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3 thoughts on “Na conta do chá e no lampejo de Nene – Flu apresenta dificuldades, mas bate Vasco destroçado

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