Nem tudo foi para se comemorar – O drama de um tricolor no Gran Parque Central

Compartilhe

O Fluminense trouxe do Uruguai a classificação para as semi-finais da Copa Sul-Americana. Já o tricolor Sérgio Pereira, conhecido entre os amigos como Pingo, além da classificação, trouxe na bagagem, e no rosto, uma história descaso e sofrimento devido à total falta de estrutura que o estádio se encontrava.

Sérgio nos contou que a chegada no estádio não foi tão tranquila assim. Disse que, já no meio do caminho, teriam jogado pedras nos ônibus que levavam a torcida tricolor:

-Chegamos ao estádio por volta das 18 horas. Nós percebemos pedradas, que alguns torcedores, isoladamente, jogaram no nosso ônibus. Passamos na revista cerca de duas horas antes do jogo, sem bafômetro.

Você conhece nosso canal no YoutubeClique e se inscreva! Siga também no Instagram

Até então uma rotina que, apesar das pedras jogadas nos ônibus, julgava como “tranquila”. Mas foi dentro do estádio que o torcedor passou por uma situação desesperadora:

– Na hora da comemoração do Gol, na hora em que eu ia festejar, pular, eu senti uma “porrada” no rosto seguida de uma dor muito forte, que eu imagino ter sido causada por uma moeda ou qualquer coisa nesse sentido. Não lembro de ter visto qualquer vestígio de pedra por ali. Eu cai, com muito sangue na testa, meio desorientado. Quando levei as mãos no meu rosto, estava todo coberto de sangue.

Sérgio conta que a única assistência que recebeu dentro do estádio foi de um tricolor, que se identificou como médico, e fez um primeiro atendimento improvisado ali mesmo na arquibancada, que ninguém da Conmebol, ou qualquer orientador do estádio, chegou com qualquer tipo de assistência. Só depois desse “primeiro atendimento” foi cercado por policiais, que o conduziram ao hospital em uma viatura da própria polícia, uma vez que o estádio não dispunha de ambulância para atendimento do torcedor.

Sérgio, com o ingresso do jogo na mão e o curativo acima do olho

– O estádio não tinha preparo nenhum. Não tinha ambulância, não tinha uma maca, nem cadeira de rodas. Eu desci sendo amparado por alguém, que nem me lembro. Se fosse algo mais sério, com certeza as consequências seriam mais sérias também – e continua – Fui levado ao hospital na parte de trás do carro da polícia, que não tinha nem banco, era uma espécie de bancada de ferro, sem lugar para apoiar ou qualquer conforto. Estava muito preocupado, meio desorientado.

Ao chegar no hospital, Sérgio relata ter sido bem tratado e que por volta da meia-noite estava de volta ao hotel. Por fim, conta ter encontrado com o presidente Pedro Abad, no dia seguinte, e ter contado para ele essa situação toda, pedindo providências por parte do Fluminense para que outros torcedores não passem pela mesma situação.

– Falei com ele, encontrei com ele na cidade e acabei contando a minha história.

Mas mesmo com essa história de desespero dentro do estádio, “Pingo” diz que acompanha sempre e continuará acompanhando o Flu sempre que puder, mas termina ressaltando que o Gran Parque Central não tem estrutura para um jogo como esse:

– Tô muito feliz com a classificação. Já viajei 5 vezes, voltei com 3 vitórias. Mas o estádio não tem a menor condição de receber um público daqueles. Muito menos em competições internacionais.

Melhoras, “Pingo”! Que essa seja a marca da nossa primeira Copa Sul-Americana.

ST

 

 


Compartilhe

8 thoughts on “Nem tudo foi para se comemorar – O drama de um tricolor no Gran Parque Central

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *