O balanço do Flu – principais dificuldades, pontos negativos e positivos

Compartilhe

O Fluminense publicou ontem seu balanço financeiro, atendendo assim às legislações vigentes que regem o assunto. Nele, o clube ainda aproveitou para expor quais as dificuldades encontradas ao longo da pandemia e quais as ações – e suas consequências – adotadas no período de turbulência vivida.

Inicialmente, importante destacar que o clube, diante do cenário mundial, sofreu com uma redução de 27% da sua receita liquida. Isso por conta da postergação do Campeonato Brasileiro de 2020, que fez com que uma grande parte da receita dos direitos de transmissão (advindos da Rede Globo) entrasse somente no ano seguinte, sendo reconhecida, contabilmente, apenas em 2021.

Além disso, e devido à pandemia, os jogos ainda estão sem público, não gerando qualquer recurso de bilheteria, por evidência. Outro ponto importante era a expectativa de entrada de dinheiro envolvendo negociações de atletas, o que acabou não acontecendo – Marcos Paulo é um dos exemplos – e outras transações que não evoluíram, devido ao cenário de recesso mundial no meio do futebol e em geral.

Você conhece nosso canal no YoutubeClique e se inscreva! Siga também no Instagram

Como ponto positivo, deve-se destacar que, apesar de perda de parte dos sócios-torcedores (o Flu chegou a ter algo na casa dos 42 mil sócios), foi registrado um aumento em 97% da receita na sigla. Além disso, o que corrobora para um resultado melhor, é a redução em 44% daquilo que geralmente representam os gastos com jogos. A parte administrativa e jurídica conseguiu, através de renegociações de contratos, chegar à redução expressiva para quase metade dos custos.

Outro ponto positivo foi o amento de 140% na receita financeira, principalmente atribuída a dois fatores: o primeiro, a cotação das moedas estrangeiras em alta (dólar e euro), representaram uma variação cambial extremamente favorável ao clube; em segundo, mas não menos importante, a transação realizada com a PGNF (Procuradoria Geral da Fazenda Nacional) gerou um ganho significativo, através do perdão de parte dos juros e multa dos impostos incluídos no parcelamento, no momento da realização do acordo.

A redução nas despesas financeiras registrou uma baixa de 48%, número extremamente relevante às contas do clube. Isso pelas novas condições do Fluminense poder atuar no mercado. Explica-se:

Em 2020 o Flu teve uma despesa menor com juros, devido principalmente ao acordo com a PGFN – feito em dezembro de 2019 – onde pagou cerca de R$ 33 milhões em impostos. A consequência disso, além da redução expressiva dos débitos e do perdão de parte da dívida, foi uma queda sensível em juros em operações financeiras. Com isso, o clube tem conseguido contrair novos empréstimos, a juros bem mais baixos, para quitar os antigos empréstimos contraídos anteriormente com juros exorbitantes. Trocando em miúdos: o clube hoje contrata empréstimos em melhores condições e quita os antigos, contratados com juros maiores, trocando uma dívida contraída em condições desfavoráveis por outra em melhores condições e menos juros.

Além do exposto acima, como o clube conseguiu novo acordo com a PGNF, em 2020 o clube não sofreu nenhuma sanção da mesma, que viria em forma de pesadas multas e demais restrições.

O balanço ainda evidencia dois pontos preocupantes:

Aumento do passivo em 6%:

Primeiro pela postergação do pagamento de parte dos salários, férias e 13º dos jogadores e funcionários, para março de 2020. Esse prazo se deu por conta do término do campeonato 2020 acontecer somente em 2021. Com isso, o clube programou a quitação de tais débitos com seus funcionários para março de 2021, o que levou o passivo para o ano seguinte. Outro ponto, o clube ainda aguardava a decisão do presidente da República que, através de uma PEC,  iria anistiar os clubes dos pagamentos de impostos no período de pandemia (2020). No entanto, tal decisão ainda não saiu e, em consequência disso, o clube iniciou o pagamento do parcelamento no início de 2021.

ESPORTES OLÍMPICOS E SOCIAL

Grande “fantasma” para parte da torcida tricolor, os EOs e o Social apresentaram um resultado negativo. Atribuído, principalmente à pandemia, as siglas não conseguiram obter o resultado esperado para o período. Se em 2019 o clube conseguiu que as receitas e despesas da operação chegassem próximo do “zero a zero” (foram R$ 15.042.00000 em receitas, e R$ 15.060.000,00 em despesas), com um déficit de R$ 18 mil, esse ano o resultado voltou a ser extremamente significante: R$ 14.480.000,00 deficitários.

A perda de receitas com jogos, competições e eventos, atrelados às baixas movimentações das escolinhas, perda de associados e inadimplemento, são apontados como os principais fatores para o resultado negativo nas siglas. Além disso, a perda de patrocinadores foi decisiva nesta balança financeira.

RESULTADO:

Apesar da pandemia e de todas as perdas importantes no decorrer do exercício, o Fluminense conseguiu uma redução importante no prejuízo, em relação ao exercício anterior. O resultado melhorou em torno de 69% de um período para o outro. O déficit, que era de R$ 9,3 em 2020, passou para R$ 2,9 milhões em 2021.

Veja aqui O Balanço Financeiro 2020

ST


Compartilhe

6 thoughts on “O balanço do Flu – principais dificuldades, pontos negativos e positivos

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *