O Tricolor em Transe: Diniz, a Teimosia e o Abismo – Washington de Assis

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O limite da convicção é o flerte com a teimosia. E quando a insistência se torna burra, repetindo as mesmas metodologias e esquemas ineficientes, mas esperando resultados diferentes, aí o flerte é com a insanidade. E este Fluminense de Fernando Diniz já deixou para trás as preliminares e namoro e já casou-se com a teimosia. Agora, perambula, tal qual bêbado em linha de equilibrista, no perigoso abismo da alienação.

O Fluminense, outrora encantador de treinadores ao redor do mundo, hoje se assemelha a um navio à deriva, perdido em um mar de resultados negativos. E no centro dessa tempestade, o comandante parece não saber ler os instrumentos que estão nos guiando a um naufrágio. Como pode isso? Como pode um treinador, que há pouco era aclamado por todos, um “pensador fora da caixinha”, hoje se torna alvo de uma crítica implacável. E de todos os lados.
A torcida, antes apaixonada, agora clama, quase que de forma uníssona, por sua saída. Esse clamor encontra eco em perfis de redes sociais, grupos de WhatsApp e até mesmo nas análises de comentaristas experientes de emissoras de televisão, onde afirmam que seu trabalho esgotou.
Mas a pergunta, que mais me incomoda, é como um treinador tão querido, responsável por momentos memoráveis, pode se tornar um símbolo de frustração em tão pouco tempo? A resposta, talvez, esteja na teimosia, como exposto acima. Por muitas vezes, vimos Diniz, em suas coletivas, insistido na necessidade de olhar para o “todo”, de compreender o “contexto”, de buscar uma “profundidade” no futebol. E concordo com ele. No entanto, ao seguir exatamente essas orientações, chegamos à conclusão que está tudo muito ruim.
Os resultados não vêm mais. As atuações são frágeis defensivamente, um deserto de ideias na área criativa e completamente ineficiente no ataque. Cano hoje funciona m muito mais como defensor do que como finalizador. Basta olhar o mapa de calor do camisa 14 que será muito fácil perceber isso. E aí, meus amigos, pode-se falar o que quiser. Mas, como diria o velho ditado, contra fatos não há argumentos.

E o fato é que o Fluminense é o lanterna do campeonato e não à toa. Fez por onde chegar lá. O retrospecto assustador é a prova irrefutável de que algo está errado. Outrora aclamado, hoje o 4-3-3 de Diniz deixa um buraco no meio que todos já sabem; a saidinha de bola é mais conhecida do que nota de dois reais na feira; e o tik-taka é tão previsível quanto menstruação de freira. Esquema batido , ineficaz, sem criatividade, sem força para intimidar os adversários. Um museu de grandes novidades, como diria Cazuza. E o pior: não há qualquer sinal de que isso possa mudar. “Nenhumzinho”.
Lembra do navio à deriva lá em cima? Então, numa grossa analogia, o navio é o esquema tático e está afundando. E, ao menos é o que me parece, nosso comandante prefere afundar com ele.
Manter Diniz no comando, mesmo diante do caos, demonstra um apoio, um respaldo que, por mais bem intencionado que seja, parece ter cegado a cúpula tricolor para a realidade. A responsabilidade, sem dúvida, recai sobre ela. E a conta a ser paga também recairá.
O Fluminense, em meio a essa crise, precisa encontrar um caminho. A teimosia, a insistência em um modelo que não funciona mais, só o levará mais perto do abismo, aquele mesmo. Já passamos da hora de olhar para o futuro, de buscar novas soluções, de reavaliar o presente e, quem sabe, resgatar a esperança que se esvai a cada derrota.

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O Tricolor precisa se reencontrar, precisa voltar a ser o time que conquistou o coração da torcida. E para isso se faz necessário abrir mão do passado, mesmo que ele seja tão glorioso quanto o ano de 2023.
Saca band-aid? Arranca de uma só vez. Vai doer, mas vai passar.
Por fim, ao Diniz: Te amo, cara! Obrigado por 2023. Seja feliz! Quem sabe um dia a gente se reencontre. Mas por enquanto:

“Valeu, foi bom, adeus..
Não vou chorar
Nem vou me arrepender
Foi eterno enquanto durou
Foi sincero o nosso amor
Mas chegou ao fim”
Chiclete com Banana

Por Washington de Assis


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5 thoughts on “O Tricolor em Transe: Diniz, a Teimosia e o Abismo – Washington de Assis

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