Opinião: Fluminense está onde não merece, mas “fez por onde” estar

Compartilhe

Acabou o jogo. Mais uma derrota na conta de um futebol inofensivo, teimoso e cego. Mais um jogo sem agressividade, o inspiração e criatividade. Um chute na direção do gol, e ainda assim com a bola “pererecando”. Futebol pobre, ridículo e previsível. Na história do futebol, não me recordo a decadência de um técnico-ídolo para um técnico- repúdio. Seis meses de um ano foram suficientes para esfarelar o que Diniz construiu no coração do tricolor. E pode piorar.

Na mesma toada, Mário Bittencourt, que caminhava a passos largos para ser, senão o maior, um dos maiores presidentes da história tricolor, agora coloca em xeque uma gestão primorosa, que resgatou a Fluminense do fundo do poço, que organizou as contas, devolveu o protagonismo em decisões de cenário nacional, que trouxe ídolos de volta e, para culminar, o maior título da história, agora vê seu nome atrelado à uma das maiores teimosias da história: manter o treinador.

Diniz é, por si só, um pensador fora da caixinha que se transformou em um treinador dentro da caixinha ao não dar o braço a torcer e entender que seu sistema não engrena mais. Os jogadores, exaustos, e agora irritados, já dão pistas de que não estão mais satisfeitos com a proposta de jogo. Felipe Melo teria dito a um grupo de torcedores, que foram ao CT protestar, que já teria dito ao Diniz que o sistema precisa mudar. E ainda disse que encontrou coro em Marcelo. Mas não adiantou.

Você conhece nosso canal no YoutubeClique e se inscreva! Siga também no Instagram

Renato Augusto, retrato mor da inoperância desse time, saiu irritado. Cano, que foi artilheiro importante num passado não muito distante, hoje joga distante da área, seu habitat natural, e distante da alegria. Outro que saiu irritado. A torcida? Guerreiros! Estiveram no Maracanã e incentivaram o tempo todo. Mas também está exausta de todo esse momento proporcionado pelo treinador e, por obviedade, quem comanda o futebol.

São 11 rodadas e seis pontos. Precisa falar mais o que? São quatro jogos contra o Flamengo e 4 finalizações ao gol. Precisa falar mais o que? São três empates, uma vitória e cinco derrotas. Precisa falar mais o que?

Desculpas, não precisa falar mais nada além de desculpas. Agradecer ao Diniz e comissão por tudo que fizeram, desejar-lhes boa sorte e trazer um outro treinador. Quem? Cuca está de saída do Athlético-PR. Traz ele. Futebol de posse, envolvente e de um cara que tem identificação com o Fluminense e, ainda mais, por ter nos salvo naquela arrancada de 2009.

Se eu acredito que temos como sair? Sim, acredito e, se trocarmos agora o comando, posso cravar que sim. Temos Vitória e Grêmio pela frente. Dois adversários lá de baixo. Depois Inter. Mas, se fizer a mesma coisa e esperar resultados diferentes, Mário estará all-in no ano seguinte à sua maior façanha. E não acho que precise disso. Renovou o contrato com o treinador e vai ter que rescindir? Faz parte. O que não pode é abraçar com a ideia e naufragar à segunda divisão.

Esperamos um Flu melhor.

ST

Washington de Assis


Compartilhe

4 thoughts on “Opinião: Fluminense está onde não merece, mas “fez por onde” estar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *