SOB A LUZ DO REFLETOR – A Rotina Continua

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Semana passa, semana vem e o Fluminense dá seguimento a sua nova sina: Jogar bem, ter mais posse de bola e não conseguir a vitória. Não vale a pena repetir nesse espaço, a quantidade de jogos que essa rotina aconteceu nesse ano. É evidente que uma mudança radical no estilo de jogo de um clube, requer tempo e muito trabalho, mas analisar o que está faltando é o primeiro passo para agilizar esse processo.

Após mais uma atuação boa, com muita posse de bola e sem sofrer quase nenhum ataque, no sábado passado fomos superados pelo Botafogo. O time foi escalado com apenas Allan de volante, teve 63% de posse de bola e finalizou 23 vezes, acertando 6 no gol adversário. Quando esses resultados acontecem dessa forma, digamos injusta, vem uma revolta, mas com sentimento que estamos no caminho certo e que da próxima vez é vitória certa. Pois bem, veio o Cruzeiro pela Copa do Brasil, na última quarta-feira. Foi um amasso!

Antes do jogo, em entrevista na beira do campo, Diniz disse que estávamos preparados para qualquer postura do Cruzeiro, seja marcando pressão ou esperando o Fluminense. Os caras esperaram. Jogaram com uma covardia vista em muitos técnicos de futebol por aí. Todo mundo atrás, com Fred isolado e toda tentativa de atacar o Flu era rapidamente contestada.

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Nosso técnico foi quase perfeito na escalação. Sem o Pedro, machucado, Diniz escalou mais um armador, aberto na ponta: Léo Artur. Não era o ideal, até porque o jogo era em casa e a vitória seria fundamental para levar um mínimo de tranquilidade para o Mineirão, na volta. Não precisa fazer nenhum curso de futebol, para ver que esse time sente a falta de um camisa 9. Os números expressivos de posse de bola, não acompanham a quantidade de oportunidades criadas e de gols feitos pela equipe. Precisamos de um atacante de área! João Pedro poderia ter começado jogando.

Voltando ao jogo, criamos pouquíssimas chances no primeiro tempo, aquela posse de bola lenta, muitos toques curtos, alguns lampejos do Ganso, do Danielzinho e só. Final de primeiro tempo e o Cruzeiro sequer chegou perto da nossa área. Começa o segundo tempo e os caras adiantam um pouco a marcação. Em um tiro de meta, nossa zaga está toda desarrumada: Ferraz marca o Fred aberto na lateral, Nino vai dar um combate na linha central e Gilberto está de “falso” zagueiro. Metida de bola para Pedro Rocha e falha do nosso arqueiro, gol do Cruzeiro. Bate aquela revolta na hora: “Primeiro chute a gol deles!”

Diniz vai mudar. Luciano está mal na partida, erra tudo. Dr Secador grita pelo zap para tira-lo, outros tricolores também, mas não, sai Danielzinho. Flu insiste no mesmo jogo, Evandro cisca, mas dá para ver que não é brilhante. Diniz muda: “Dessa vez deve ser o Luciano!”, o torcedor pensa aliviado. Não é! Sai Léo Artur para entrada de Marcos Paulo. Aquele meio acerto. Entrou um dos que precisam entrar mais nesse time, mas ainda não saiu quem deveria e nem entrou quem mais precisávamos.

Marcos Paulo é diferente, não precisa entender muito de futebol. Garoto dribla fácil pelo meio, abre a jogada na ponta….Arrisca alguns chutes e um deles acerta a trave, o que seria um golaço. Tempo passa, Luciano continua atrapalhando o time, que fase!

Aos 38 minutos, Diniz resolve apostar tudo e coloca o outro garoto, João Pedro. Centroavante nato, camisa 9 legítimo, agora sim, no lugar do Luciano. Nos acréscimos, bola na área, espirra no Matheus Ferraz , sobra para João Pedro empatar e colocar um mínimo de justiça na partida. É para isso que serve um homem de área.

João Pedro comemora o gol de empate contra o Cruzeiro.

Fernando Diniz acerta mais do que erra. Só de fazer esse elenco massacrar o Cruzeiro, nitidamente melhor servido de jogadores, já uma proeza. Mas fica aquele gostinho de que, se enxergasse melhor o jogo e não fosse tão teimoso, estaríamos melhores na temporada. A insistência com 3 volantes, a invenção de atletas que acabaram de chegar no Flu como titulares ou primeira opção, a falta de espaço para garotos bons de bola e a demora para mexer, prejudicam o que ele próprio constrói no futebol do Fluminense. Não é normal você ter um garoto que joga bola igual ao Marcos Paulo e, praticamente, nunca dar chance a ele. Não é difícil perceber a falta que um camisa 9 faz, porque não aproveitar mais o João Pedro? Luciano vem mal demais, quanto tempo precisa para enxergar isso e troca-lo mais cedo? Parecem coisas bobas de se reclamar, mas podem fazer toda diferença dentro de um jogo contra um grande time que é o Cruzeiro.

Flu está no caminho certo. Precisamos urgente treinar finalizações. Já aumentamos bem a quantidade, mas é preciso acertar o gol. Não sou muito adepto de números, mas serve como exemplo nesse caso:

Flu x Botafogo 23 finalizações com 6 no gol = 26% de chutes no gol. (Botafogo teve 9 com 3 acertos = 33%)

Flu x Cruzeiro: 20 finalizações com 5 no gol = 25% de chutes no gol. (Cruzeiro 100%. Ok, não conta!)

Atlético Mg x Palmeiras: Galo teve 42,85% de chutes no gol e Palmeiras teve 53,85%.

Claro que isso não quer dizer que vá fazer mais gols, mas as chances aumentam se acertamos o gol. 25% de chutes certos no gol, quer dizer que precisamos chutar 4 vezes para acertar o gol 1 vez. Vejam, não é para fazer o gol, é para acertar o gol. Acertando o gol, talvez a bola entre.

 

Toque curto:

–  Sim, Rodolfo falhou! Não chega a ser aquele frango, mas é o bastante para lembrarmos dos outros na temporada e percebemos que não estamos tão bem servidos nessa posição importante.

– Ganso foi bem. Não chegou a ser brilhante, mas facilita demais as jogadas e teve um Luciano atrapalhando.

– É incompreensível o Marcos Paulo não ter mais chances nesse time. Sei que é um garoto ainda, mas a diferença de qualidade é imensa entre ele e os que estão entrando nos jogos.

– Mesmo sem vencer é um prazer ver o Fluminense amassar um time como o Cruzeiro. Foram 69% de posse de bola com 20 finalizações a 1 deles.

– Diniz vai evoluir junto com o Fluminense. Só espero que não demore muito!

 

SDT


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6 thoughts on “SOB A LUZ DO REFLETOR – A Rotina Continua

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