Time de Todas!

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O Dia Internacional da Mulher é um dia que traz muita reflexão.

Me peguei algumas vezes pensando, curiosa, em como seriam as ações dos clubes nesse dia. Se entregariam flores, se veríamos decotes ou se eu leria os clássicos “vocês tornam o mundo mais bonito” e “não somos nada sem vocês”.

Então, primeiramente, dou os parabéns ao marketing do Flu, que além de fazer a voz de Claudia Magalhães ecoar pelo Maraca e homenagear nossas Guerreiras, teve a sensibilidade de também dar destaque à voz de outras mulheres que ocupam diferentes espaços dentro do esporte, mostrando que o machismo e o sexismo estão ainda muito presentes aonde quer que seja, e que temos muito a mudar. Quando eu vi o vídeo nas redes sociais, fiquei emocionada, mas ao vê-lo no Maracanã, fiquei sem palavras.

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Não sei se todos vocês entendem a dimensão do que aconteceu. O estádio de futebol – o futebol como um todo – é ainda um ambiente muito opressor pra nós, mulheres. Ouvimos comentários machistas a todo tempo, aqueles em que tentam nos diminuir, taxar ou ofender; questionam o nosso conhecimento e o amor pelo nosso time, quando não nos comparam aos homens por entender muito ou por, pasmem, gostar de verdade do esporte; sem contar com “vai sozinha?” “vai com essa roupa curta?”.

O Flu não só nos deu voz, ele nos colocou no telão do Templo do Futebol para que fossemos vistas e ouvidas falando sobre isso, sobre desigualdade de gênero. Em um estádio. Diante de uma torcida – que, diga-se, mal compareceu.

Mais do que dar espaço para falarmos, foi um golpe duro nos que acham que o nosso discurso é “mimimi” ou que esse tipo de coisa é – ou deva ser – natural no futebol. Foi uma mensagem irretratável de que estamos ali sim, estamos onde quisermos e estaremos cada vez mais. Porque os tempos estão mudando, ainda bem.

Desde pequena joguei bola e gostei de ver futebol. Queria ter a chuteira nova que lançou, comprar o uniforme do meu time pra andar fantasiada por ai, como dizia minha mãe. Passei por muita coisa, enfrentei tantas outras. À época, não entendia a luta que eu travava, não entendia porque eu simplesmente não podia fazer o esporte que eu gostava. Ser mulher e jogar futebol sempre foi motivo pra me taxarem de “moleque”, “menininho” ou imporem sobre mim um esteriótipo da mulher-macho. Ser mulher, pra mim, sempre foi uma resistência.

Não deixaremos acontecer com as nossas meninas o que aconteceu conosco.

Os primeiros passos foram dados, a mudança de postura em relação a esse tema tão urgente é evidente.

Agora, é importante que não só o Fluminense, mas todos os clubes, lembrem que o Dia da Mulher é só dia 8 de março, mas a nossa luta é diária. Que saibam usar o poder de alcance e influência que têm, e que não sejam ações pontuais.

Ainda falta muito.

ST

#TimeDeTodas

#SejaSócia

Ah, sábado nosso futebol feminino joga às 15h em Laranjeiras. Vamo?

OBS: indescritível aparecer no telão falando sobre um tema tão sensível pra mim. Dos prazeres que só o futebol pode proporcionar…

 


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