A voz das arquibancadas – “O Flu ainda PULSA” – Ygor Porto

Ao longo dos anos, pouquíssimas torcidas do mundo demonstraram ter a mesma capacidade de superação que a torcida do Fluminense.

Caímos, choramos, voltamos, quase conquistamos a América, e conquistamos o Brasil duas vezes. Em todas as ocasiões a torcida do Fluminense esteve presente. Na pior das hipóteses, éramos os 15.000 de sempre.

Anos passaram e nos tornávamos os 10.000 de sempre. Atualmente, somos os 7.000 de sempre. Guerreiros. Não se iludam: quem é do Maracanã sabe quem não é do Maracanã.

Nós, que abdicamos de parte de nossas vidas e de nossos rendimentos para acompanhar o Fluminense, nos preocupamos com o resultado. Entretanto, ele não é fator condicional para um apoio incondicional. A partir de um certo momento, o Fluminense e você se conectam de uma forma em que ele se torna parte integrante da sua rotina. Não importa o adversário, não importa o tamanho do jogo, o que importa é se o Fluminense estará em campo.

É uma verdadeira desgraça perdermos por 2×1 para o Flamengo. Ainda mais com um pênalti atabalhoado do Léo Santos aos 46 minutos do segundo tempo. Entretanto, o Fluminense é um vício, assim como um rodízio de Japonês, ou uma churrascaria. Você levanta estufado, fala que nunca mais vai comer daquele jeito, e na semana seguinte, onde você está? No rodízio novamente. Digo mais, comemorando um gol de quem? Léo Santos.

É claro que o time precisa responder dentro de campo. Correr é o mínimo que exigimos, e entendo que isso vem ocorrendo. Por mais que a vitória não tenha vindo, Diniz conseguiu implementar um padrão de jogo de dar inveja em todos os clubes do futebol brasileiro. Ele é capaz de extrair o melhor de cada jogador, agregando raça, virilidade e amor a camisa.

Matheus Ferraz, atualmente, é irreparável em nossa zaga.

Caio Henrique, surpreendentemente está em todos os lugares do campo ao mesmo tempo.

Everaldo, de ciscador, se tornou nossa maior válvula de escape.

Luciano e Ganso dão a cadência e Yoni é um monstro: ganha todas no alto.

Até o Bruno Silva, mesmo após a substituição, já estava quicando do lado de fora para sair na porrada.

Nosso time é incansável. Corre com salários atrasados. Não tem bola perdida. Enfrentamos o Flamengo de igual para igual, batemos, xingamos, colocamos dedo na cara, peitamos o juiz, fomos expulsos. Perdemos. Brigamos no vestiário. Até mesmo Abel, hoje do lado de lá,  sentiu a emoção de volta. É isso. Estamos vivos. O Fluminense incomoda novamente.

Para a minha surpresa, chego em casa e me deparo com comentários feitos pelos famosos profetas do Facebook. Em sua maioria, pedindo a cabeça do treinador. Alguns, acreditem, falando em rebaixamento no campeonato brasileiro. Se você está lendo esse texto e se identifica com essa descrição, fique sabendo: se eu pudesse, atravessava a tela do seu computador e cortava todos os seus dedos.

Nos dias atuais em que as repercussões nas redes sociais são capazes de eleger o novo presidente da república, imagine derrubar um treinador de futebol. Pare, pense e reflita. Com que autoridade você está dizendo tais atrocidades? A de que paga o seu sócio torcedor em dia e representa junto a outros 6.999 privilegiados em dia de jogo, ou simplesmente de um Zé Ruela, que não contribui com R$1,00 e nem com um pingo de suor? Que moral você tem para criticar A, B ou C? Você acompanha os treinamentos? Frequenta estádios? Contribui para o clube?

É hora de nos unirmos. Hora de lotarmos o estádio. Hora de nos tornarmos, no mínimo, os 15.000 de sempre novamente. Hora de superação.

Você está fazendo tudo ao seu alcance para apoiar o Fluminense? Você pode até não gostar do que vou dizer, mas se você não paga o sócio futebol, não frequenta o estádio, ou dentro de suas limitações pessoais e financeiras, não se esforça para acompanhar o nosso clube, sua opinião não deveria valer nada. Peço que por favor não atrapalhe.

ST

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