Análise Tática: Fluminense reage mal a expulsão contra o Atlético-GO
O Fluminense ficou no empate em 1 a 1 contra o Atlético-GO, na última quarta-feira (02). Evanilson abriu o placar para o Tricolor, enquanto Renato Kayser empatou para o Dragão. Mas, para além do resultado, a postura recuada após Hudson ser expulso prejudicou a equipe.
O Flu até começou bem a partida. O time comandado por Odair Hellmann demonstra ter encontrado um padrão para o momento ofensivo.
Assim como na vitória por 2 a 1 sobre o Vasco, o Fluminense apostou na sobreposição pelas laterais. Foi por estar momentaneamente no lado direito que Nenê, de perna direita, cruzou na medida para Evanilson, que emendou um lindo voleio para abrir o placar.
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Movimentação de Evanilson
Outro fator, que envolve o jogo pelas laterais e chama a atenção, é a movimentação do camisa 99 no comando de ataque. Na última coletiva de imprensa, o artilheiro Fred já havia destacado que o atacante, por conta de sua juventude, era responsável por fazer suas próprias jogadas de profundidade.
Da mesma forma que no clássico carioca, Evanilson abriu em diversos momentos, permitindo a infiltração dos jogadores que vem de trás. Diante do Cruzmaltino, por exemplo, o vice-artilheiro abriu na direita e achou um passe para o volante Yuri, que apareceu como elemento-surpresa dentro da área.
Após a expulsão de Hudson, Fluminense recua demais
Com a defesa bem guarnecida e o repertório ofensivo demonstrado acima, o Fluminense dominava tranquilamente a partida. Por outro lado, o Atlético-GO não criou chances reais de gol na primeira etapa.
Entretanto, a expulsão de Hudson após receber o segundo cartão amarelo resultou em uma mudança de postura do Tricolor, sobretudo no segundo tempo.
Com um jogador a menos, Odair Hellmann buscou a compactação com um esquema com duas linhas de quatro. Nenê, que cresceu de produção desde que voltou a flutuar em campo, foi sacrificado em prol da equipe, sendo obrigado a se fixar pelo lado direito.

Em contrapartida, o Atlético-GO, do técnico Vagner Mancini, adiantou a equipe e passou a atuar com os 10 jogadores de linha dentro do campo do Flu. De acordo com dados do Sofascore, o Dragão teve com 70% de posse de bola na segunda etapa.
Gol do Atlético-GO
Embora o recuo fosse natural por estar com um a menos desde antes do fim do primeiro tempo, o Fluminense abdicou excessivamente de ficar com a bola e acabou punido com o gol de Renato Kayser.

Com o time inteiro recuado, o Flu conseguiu executar 11 desarmes, sete interceptações e 11 cortes. Mas, chama a atenção a incapacidade do Fluminense de contra-atacar. Nem mesmo com as entradas dos velocistas Luiz Henrique e Fernando Pacheco nos lugares de Nenê e Michel Araujo, respectivamente, fizeram com o Tricolor chegasse ao ataque — com exceção do lateral cobrado rapidamente por Nenê e que quase resultou em mais um gol de Evanilson.
Principalmente porque o Flu praticamente não conseguiu trocar passes. Foram 28 passes errados somente no segundo tempo.
Tricolor demonstra como poderia ter jogado no fim da partida
Após sofrer o gol de empate, o Fluminense vislumbrou indícios de que poderia ter adotado uma estratégia diferente após a expulsão de Hudson. Indícios que podem servir de lição para Odair nas próximas rodadas.
Mesmo com um a menos, o Time de Guerreiros conseguiu chegar ao ataque de forma compactada e organizada.

Com o resultado, o Fluminense segue na quarta colocação, agora com 11 pontos. Entretanto, o Tricolor pode sair do G4. Podendo ser ultrapassado pelo Atlético-MG, caso o Galo vença o São Paulo em Belo Horizonte-MG. Enquanto o Atlético-GO saiu da lanterna para 18ª colocação com cinco pontos em seis jogos.