Deu o óbvio – mas com requintes de crueldade

Quem esperava ver um Fluminense desorganizado, muito recuado, acabou assistindo um time bastante compactado defensivamente mas que também soube arriscar alguns bons lances no ataque. O time do Santos parecia não entender o adversário que estava enfrentando, a novidade na escalação, muito questionada pelos tricolores, também acabou por surpreender a equipe do técnico Cuca.

O Santos começou até melhor o jogo dando ares de queria dominar a partida. Numa boa arrancada pela esquerda,  lateral deles cruza a bola passa por todos na área e chega do outro lado. Mas o Flu não demora a equilibrar as ações e o jogo ficou muito pegado no meio, sem as equipes conseguirem muitos lances de ataque.

Uma das novidades da escalação toda nova, Fernando Neto foi quem demonstrou muita maturidade, bom tempo de bola, jogando ali pela meiúca. Dodi também, como era de se esperar, apresentou um bom futebol que contou com Airton na cabeça de área, dando a proteção e sem deixar muitos espaços. Danielzinho não conseguiu produzir grandes jogadas mas, muito mais, pela ineficiência do ataque tricolor, do que por demérito próprio. Marcos Júnior e Júnior Dutra não produziram absolutamente nada.

Mas o pior estava por vir, com o segundo tempo. Marcelo Oliveira mexeu no time, e na opinião de quem vos escreve, errado. Tirou o Danielzinho e promoveu a entrada de Cabezas que não tocou na bola – pior, se escondeu dela – no lado direito da equipe. Parecia não querer estrear. O Santos, que não tinha nada com essas opções do treinador tricolor, veio para cima e só não abria o placar por conta de excelentes defesas do Rodolfo (o melhor em campo) e por uma bola salva pela Frazan, em cima da linha. Alias, esse foi o último lance do zagueiro no jogo.

O time cansou. Todos cansaram. Marcelo Oliveira tirou Airton para renovar o fôlego da marcação e colocou Norton. Frazan saiu com câimbra nas duas pernas e deu lugar ao garoto Alex, que no primeiro lace em que foi exigido, errou a marcação, deixou o Gabriel tomar a sua frente e cometeu pênalti. 1 x 0 eles.

Com o time exausto, e alguns até meio displicentes, Marlon faz uma falta ridícula na lateral – depois que o atacante já tinha passado – e a zaga assistiu Victor Ferraz raspar de cabeça e aumentar, 2 x 0. No fim, ainda mais um golpe, Carlos Sanches recebe um passe açucarado, entra na área e bate na saída de Rodolfo. 3 x 0 e fim de papo.

O Flu agora pode acabar a rodada na décima posição – caso o Cruzeiro pontue – e ver a distância de 6 pontos para o G6 se transformar em 9 pontos e também ver o Z4 ficar menos longe, de 6 para 5 pontos.

Assistimos esperançosos, até os 38 minutos do segundo tempo, que poderíamos sair de lá com, pelo menos, mais um pontinho na bagagem. Não deu.

ST