Fluminense avança às quartas e iguala as segundas melhores campanhas em Libertadores

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Com a vitória por 1 a 0 sobre o Cerro Porteño, o Fluminense vai disputar pela quarta vez a fase de quartas-de-final da Libertadores. Assim, além de garantir mais R$ 7,8 milhões de reais, o time de Roger Machado iguala pelo menos as segundas melhores campanhas no Torneio, repetindo 2012 e 2013. O Tricolor só chegou mais longe em 2008, quando perdeu a final para a LDU.

Embora seja um gigante do futebol brasileiro, o Fluminense não disputou tantas Libertadores em sua história. Em 2021, o Tricolor está disputando o principal torneio da América do Sul apenas pela sétima vez. O Cerro — eliminado pelo Flu —, por exemplo, tem 42 participações, sendo o clube não campeão que mais vezes entrou na competição.

Até 2008, o Tricolor sequer havia passado da primeira fase. Depois do vice-campeonato, o Fluminense caiu uma vez nas oitavas e duas vezes seguidas nas quartas-de-final da Libertadores. Em 2012, acabou eliminado pelo Boca Juniors, da Argentina. Enquanto que, em 2013, teve o Olimpia, do Paraguai, como algoz. Em comum, ambos terminaram as edições como finalistas e perderam para times brasileiros, Corinthians e Atlético-MG, respectivamente.

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Fred marcou o gol que garantiu o Fluminense nas quartas-de-final da Libertadores 2021
Fred é o nome em comum nas três campanhas em que o Flu chegou à fase de quartas-de-final da Libertadores (Foto: Reprodução/FFC)

Campanhas do Fluminense até as quartas da Libertadores

Comparando os desempenhos, a campanha de 2021, até aqui, só fica atrás de 2012. Foram cinco vitórias, dois empates e uma derrota. Um aproveitamento de 70,8%. Enquanto que, em 2012, conseguiu seis vitórias e duas derrotas. Ou seja, um aproveitamento de 75%. Já em 2013, o time somou quatro vitórias, dois empates e duas derrotas. Um total de 58,3% de aproveitamento. Vale ressaltar que, nas três, o Tricolor terminou a fase de grupos na primeira colocação.

Por outro lado, em 2021, o Flu tem um ataque melhor. Até o momento, o Time de Guerreiros balançou as redes 13 vezes contra nove de 2012 e oito de 2013. A defesa, no entanto, fica empatada com a de 2013, com sete gols sofridos em oito partidas, e atrás de 2012, quando sofreu só cinco na mesma quantidade de jogos.

2012

Em 2012, o sorteio levou o Tricolor ao Grupo 4 junto com Boca Juniors e Arsenal de Sarandí, da Argentina, além do Zamora, da Venezuela. Com gols de Deco e Fred, o Flu se tornou o primeiro brasileiro a vencer o Boca na lendária La Bombonera pela Libertadores desde o Paysandu em 2003. Além disso — embora tenha vencido mais metade das partidas pela diferença mínima no placar — os 15 pontos na fase de grupos garantiram a melhor colocação na classificação geral. Fazendo com que os comandados de Abel Braga tivessem o direito de decidir todas as partidas em casa da mesma forma que em 2008.

E a vantagem foi útil logo nas oitavas-de-final. O Fluminense ficou no 0 a 0 com o Internacional no Beira-Rio, mas venceu por 2 a 1, de virada, no Engenhão. Onde mandava os jogos porque o Maracanã estava em obras para a Copa do Mundo de 2014.

Fred marcando o gol que classificou o Fluminense para as quartas-de-final da Libertadores 2012
De cabeça, Fred anotou o gol da virada ainda no primeiro tempo (Foto: Dhavid Normando/Photocamera)

Só que, em um novo encontro com o Boca, desta vez, o Time de Guerreiros ficou pelo caminho. Após perder por 1 a 0 em um jogo polêmico na Argentina, o clube xeneize conseguiu o empate aos 47 minutos do segundo tempo no Engenhão, eliminando assim o Tricolor.

2013

Já em 2013, o caminho do Fluminense começou no Grupo 8 ao lado de Grêmio, Huachipato, do Chile, e Caracas, da Venezuela. Assim como em 2021, o Time de Guerreiros teve uma boa campanha na fase de grupos, sobretudo fora de casa. Longe de seus domínios, venceu os chilenos e venezuelanos, além de empatar em 0 a 0 com o time de três cores do Rio Grande do Sul.

Só não teve uma desempenho melhor justamente porque derrapou em casa. Jogando no Engenhão, não passou do empate em 1 a 1 com o Huachipato e perdeu por 3 a 0 para o Grêmio. Os dois, aliás, terminaram empatados com oito pontos, mas os gremistas se classificaram pelo saldo de gols.

Com 11 pontos, o Tricolor ficou com apenas a sexta melhor campanha entre os que se classificaram em primeiro de seus grupos. Por isso, teve pelo caminho o Emelec, do Equador, terceiro melhor entre os que se classificaram na segunda colocação. Depois de uma derrota por 2 a 1 no Equador, o Flu conseguiu reverteu ao vencer por 2 a 0 com gols de Carlinhos e Fred.

Fred comemorando o gol contra o Emelec pela Libertadores 2013
Fred comemorando o gol contra o Emelec que garantiu o Fluminense nas quartas-de-final da Libertadores 2013 (Foto: Rossana Fraga/Photocamera)

Mas acabou caindo novamente nas quartas-de-final quando cruzou com o Olimpia. Terceira melhor campanha na primeira fase, os paraguaios tinham o direito de decidir o confronto em casa. Em São Januário, o Fluminense de Abel Braga esbarrou em uma forte retranca e ficou no 0 a 0. E, com a derrota por 2 a 1 no Defensores del Chaco, acabou eliminado.

Times-base

Diferente do elenco hoje comandado por Roger Machado, formado principalmente por jogadores vindos das divisões de base e oportunidades de mercado, em 2012 e 2013, o Fluminense ainda vivia a Era Unimed. Com o aporte financeiro da então patrocinadora, o Tricolor pôde manter a base do time do Brasileirão de 2011 — quando terminou em terceiro — e de 2012 — que culminou no tetracampeonato.

Para a Libertadores 2012, por exemplo, o Flu contratou Bruno, melhor lateral-direito do Brasileirão 2011 pelo Figueirense, e repatriou Thiago Neves, um dos heróis da Libertadores 2008. Além disso, manteve nomes como os de Carlinhos, Jean, Deco e Wellington Nem, por exemplo. Enquanto que, dentre os atuais jogadores, apenas Fred e Marcos Felipe já tinham sido inscritos no Torneio pelo Tricolor.

  • 2012: Diego Cavalieri, Bruno, Gum (Anderson), Leandro Euzébio e Carlinhos (Carleto); Edinho (Valência), Jean (Diguinho), Deco e Thiago Neves (Wagner); Wellington Nem (Rafael Sóbis) e Fred. Técnico: Abel Braga
  • 2013: Diego Cavalieri, Bruno, Gum (Digão), Leandro Euzébio e Carlinhos; Edinho, Jean e Wagner (Deco); Wellington Nem (Rhayner), Fred (Rafael Moura) e Rafael Sóbis (Thiago Neves). Técnico: Abel Braga
  • 2021: Marcos Felipe, Calegari (Samuel Xavier), Nino, Luccas Claro e Egídio; Martinelli, Yago Felipe e Nenê (Cazares); Caio Paulista (Kayky), Fred e Gabriel Teixeira (Luiz Henrique). Técnico: Roger Machado

Destaques do Fluminense nas edições da Libertadores

Quando se fala em últimas campanhas do Fluminense até as quartas-de-final da Libertadores, um nome se repete: Fred. E sempre como destaque.

Aos 38 anos, Fred lidera em participações em gols, com sete. O centroavante balançou as redes cinco vezes e ainda contribuiu com duas assistências, ficando à frente de Caio Paulista e Nenê, que tem quatro participações cada. Também lidera nas estatísticas de minutos por gol (104min), média de finalizações (1,4) e de finalizações certas por jogo (1,1).

Com o gol de pênalti contra o Cerro Porteño, Fred chegou a 23 no Torneio Continental e se tornou o terceiro brasileiro com mais gols na Libertadores (Foto: Reprodução/FFC)

O camisa 9, aliás, já havia terminado como artilheiro do Flu em 2012 e 2013, com três gols em cada. Mas isso não quer dizer que outros jogadores não tivessem participações decisivas.

Em 2012, por exemplo, Deco teve grande atuação contra o Boca Juniors na Argentina ainda pela fase de grupos. E Thiago Neves participou dos dois gols da virada tricolor sobre o Internacional nas oitavas.

Já em 2013, Wagner terminou como vice-artilheiro do Flu com dois gols. Além disso, Carlinhos teve uma atuação de destaque no jogo de volta contra o Emelec, com um gol e uma assistência. Isso logo após perder uma filha e de ser abraçado pela torcida tricolor em São Januário.

ST

Lucas Meireles


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Lucas Meireles

Jornalista formado pela UFRRJ, apaixonado por esportes e pelas boas histórias.

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