Fluminense de 2020/21 tem o segundo maior aproveitamento de jogadores da base na Era Pós-Unimed

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Os jogadores formados na base do Fluminense estão em maior destaque ainda nesta semana. Isso porque John Kennedy, Martinelli e Samuel Granada marcaram os gols da vitória por 3 a 1 sobre o Ceará na Arena Castelão.

Em uma temporada em que o Flu retorna a Libertadores após 9 anos, os números envolvendo os Moleques de Xerém chamam a atenção. Ao todo, 22 atletas formados nas categorias de base entraram em campo pelo Tricolor, sendo 17 estreantes no time principal. De acordo com um levantamento da nossa reportagem, este é o segundo maior aproveitamento de jovens pós-Unimed.

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Embora seja um time que historicamente revela grandes jogadores em sua base, o Fluminense, com a Unimed, ficou conhecido por investir em reforços. Ao longo de 15 anos, passaram por Laranjeiras nomes como Romário, Edmundo, Tuta, Petkovic, Pedrinho, Washington Coração Valente, Conca, Thiago Neves, Émerson Sheik, Deco, Rafael Sóbis, Wagner, além do próprio Fred, por exemplo.

Contudo, com o término da parceria, ao final de 2014, o Tricolor se voltou para um de seus principais patrimônios: a base.

Do atual elenco, por exemplo, 55,8% dos jogadores vieram de Xerém. O percentual, no entanto, ainda poderia ser um pouco maior. Mas jogadores revelados pelo Flu como Digão, Diogo, Matheus Alessandro, Lucas Barcellos, Matheus Pato e Evanilson deixaram o clube em 2020. Enquanto que Marcos Paulo e Wellington Silva aguardam para sair.

“Muito bom a gente ter esses meninos no profissional. O sub-23 nos deu total condição de confiar neles. Eles vinham jogando e com ritmo de jogo. […] O resultado tem sido muito positivo, estou muito feliz. Duplamente feliz: pelo projeto sub-23, pelo profissional. Em saber que a nossa base é muito forte e que nossos meninos são muito dedicados e comprometidos. E a gente fez um projeto que funcionou demais” disse Marcão.

‘Moleques de Xerém’ entre os titulares

Entre os escalados por Marcão atualmente estão quatro ‘Moleques de Xerém’. O goleiro Marcos Felipe, o lateral Calegari, o volante Martinelli e o atacante Luiz Henrique.

Foto Destaque: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.
Desde que Martinelli assumiu a titularidade, o Fluminense não perdeu mais no Brasileirão 2020/21 (Foto: Lucas Merçon/Fluminense Football Club)

Além disso, contra o Ceará, John Kennedy substituiu o veterano Fred, lesionado. Enquanto André e Samuel Granada saíram do banco de reservas para entrar no jogo. O jovem atacante, aliás, aproveitou para marcar o primeiro gol como profissional.

Samuel Granada é mais dos jogadores da base utilizados pelo Fluminense em 2020/21
Artilheiro do Sub-23 no Brasileirão de Aspirantes, Samuel Granada disputou sua segunda partida no time principal (Foto: Lucas Merçon/Fluminense Football Club)

Número de jogadores da base utilizado pelo Fluminense só é menor que em 2018

Desde que Fluminense e Unimed romperam, o Tricolor utilizou 58 atletas formados no clubes. Para realizar este levantamento, levamos em consideração apenas os atletas utilizados. Ou seja, os que entraram em campo ao menos uma vez com a camisa do Flu.

Por isso, jogadores como o goleiro Pedro Rangel e o zagueiro Luan Freitas, que ficaram no banco, não foram contabilizados.

Sendo assim, o ano em que o Fluminense mais utilizou jogadores da base foi 2018. Quando 24 atletas formados em Xerém entraram em campo.

No ano em questão, o então técnico Abel Braga colocou muitos jovens em times alternativos. Sobretudo durante as primeiras rodadas do Campeonato Carioca. Na estreia contra o Boavista, por exemplo, apenas Júlio César, Robinho e Romarinho, dos 15 jogadores que pisaram no gramado do Elcyrzão, em Saquarema, não vieram de Xerém.

Caio Vinícius e Pedro são jogadores formados na base do Fluminense
Caio Vinícius e Pedro comemorando o gol na derrota por 3 a 1 para o Verdão de Saquarema na estreia do Campeonato Carioca. Ambos são formados nas categorias de base do Flu (Foto: Mailson Santana/Fluminense Football Club)
Jogadores da base utilizados Ano
15 2015
17 2016
21 2017
24 2018
18 2019
23 2020/21

Mas, o curioso é que mesmo tendo utilizado mais a base em 2018, em 2017 que os Moleques de Xerém compuseram a maior parte do elenco. No ano, 59,57% dos 47  jogadores que estiveram à disposição então técnico Abel Braga em algum momento, eram formados no próprio clube. Com 58,73% em 2018 e 58,18% somando 2020 e 2021.

Média de idade vem aumentando

Outro dado interessante se refere a média de idade. Em 2015, por exemplo, a média de idade entre os garotos que compunham o elenco era de 20,96. Assim como em 2017. Mas, em 2020/21, a média chegou a 21,45. Mostrando que, embora tenha necessidade, o Fluminense tem conseguido ter mais paciência na hora de utilizar os jovens.

Além disso, tem havido uma maior permanência de atletas formados no clubes. Jogadores como Marcos Felipe, Igor Julião, Frazan, Reginaldo e Pablo Dyego não são mais garotos, só que também não chegam a ser veteranos. Enquanto Wellington Silva retornou, em 2020, para sua terceira passagem pelo Tricolor.

Estes nomes são balanceados por jogadores como, por exemplo, Calegari, André, Martinelli e Luiz Henrique, todos com 19 anos e que estrearam em 2020. Ou como Miguel, que tem apenas 17, e em 2019 se tornou o jogador mais jovem a vestir a camisa do Fluminense na Era Profissional.

Entretanto, essa média deve baixar ainda mais na próxima temporada. Isso porque jogadores como o volante Metinho e os atacantes João Neto, Kayky e Matheus Martins (da chamada ‘Geração de Ouro’ do Sub-17) já estão confirmados no elenco principal/sub23. A expectativa é de o Tricolor aposte apenas em reforços pontuais, em posições cuja base não possa suprir.

ST

Lucas Meireles


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Lucas Meireles

Jornalista formado pela UFRRJ, apaixonado por esportes e pelas boas histórias.