Igor Julião projeta acordo de redução salarial e critica Tévez

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O Flu ainda negocia com seus jogadores uma redução salarial. Mas Igor Julião está negociando uma redução salarial devido a crise do coronavírus.  Além disso, o jogador também questionou a fala de Carlitos Tévez, que afirmou que os jogadores poderiam sobreviver um ano sem salário. Além disso, o lateral elogiou a postura da diretoria tricolor em negociar com os atletas, que estão cientes das dificuldades impostas devido a pandemia.

Confira a entrevista de Igor ao Globoesporte.com:

Questão salarial

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Está sendo conversado, sim, entre diretoria e jogadores, e está muito próxima de acontecer. O presidente Mário (Bittencourt) disse o tempo inteiro que jamais vai impor alguma coisa, ia sempre conversar com os jogadores. Ele entende muito o nosso lado, e a gente entende também o lado dele. Desde que chegou vem tentando cumprir os salários, tentando colocar em dia, e nós, pelo lado também da gratidão, entendemos. Então está sendo costurado bem fácil entre a gente.

Crítica a Tévez

Eu particularmente fico um pouco chateado quando vejo o Tévez falar em nome de toda classe futebolística e dizer que jogador pode ficar até um ano sem receber salário. Ele não percebeu o quanto o futebol é grande. No Brasil a gente tem talvez 1% ou 2% que conseguiriam ficar mais de três meses sem receber salário. Série D e Série C têm jogadores que não conseguem ficar. Então ele não pode falar por toda a classe. Ele falou dos privilegiados, que têm salários milionários em dia, mas não são todas, têm ligas que têm muito menos recursos. A gente sabe que o impacto vai ser grande. Os árbitros aqui no Brasil também vão sofrer com isso, clubes de menores investimentos…

Em que pé está esse acordo de acontecer no Fluminense?

Eu não sei se posso dar detalhes de como será o acordo, mas o acordo está sendo de uma forma muito leve. O clube passou para a gente toda situação, conversou com os jogadores de como está arrumando receitas… Nós jogadores temo nosso grupo e a gente está discutindo. Acho que está certo de acontecer, mas de uma forma leve, porque o presidente Mário é um cara que escuta muito. Ele consegue deixar bem claro para gente a situação real do clube, sempre foi transparente conosco, acho que isso só deixa mais fácil. Ele falava “vai acontecer tal dia”, sempre aconteceu. Acho que essa forma de lidar com os jogadores, ele é bem próximo, isso ajuda.

Muitos clubes têm dificuldades para fazer essa negociação em função de não pagar em dia…

Isso é difícil, não agrada a todos, mas acho que boa parte dos jogadores tem o entendimento de que, se com as receitas em dia e com todas as cotas em dia, já estava difícil colocar os salários em dia… Quando não tem essa verba, fica mais difícil ainda. Acho que no Brasil, hoje, quando a gente escolhe ser jogador de futebol, quando a gente é pequeno, esse assunto já é mais discutido. Eu, pelo menos, quando era da base, tinha meus 14, 15 anos, já convivia com salários atrasados. Infelizmente é uma realidade do futebol brasileiro.

Acho que existe uma glamourização em cima da classe, em cima de dois, três, quatro jogadores no futebol nacional que talvez tenham a vida comparada com jogadores europeus.A gente tem parar para discutir realmente a realidade do futebol brasileiro, já deixou há muito tempo de ser esse glamour todo. Desde que eu subi, constantes atrasos, desorganização… Acho que a gente sabe o lugar que a gente está e tem que entender o clube nessa hora.

Como tem sido esse momento da quarentena?

Tem sido bem difícil. Sair da rotina, sem ver os amigos… A psicóloga entrou em contato com a gente no início da quarentena, a nutricionista também, nosso fisiologista passando treinos para gente. A Nutrição também a gente está conseguindo manter também. E a psicóloga ficou disponível para gente. A gente está sempre tentando distrair a mente o máximo possível, porque quando você parar para pensar em tudo que está acontecendo e tudo que pode acontecer. Então a gente está sempre em atividade ou jogando algum jogo para ficar um pouco mais relaxado. Estou tentando fazer minhas atividades dentro do condomínio. Não saio há um tempo. Antes eu corria aqui na orla, mas já deixei de fazer há alguns dias, estou treinando nas escadas do condomínio para evitar o máximo de contato.

Você tem acompanhados as notícias? Acha que é possível o fim dos estaduais? Vocês têm mantido contato com o clube por conta disso?

O nosso contato é mais entre jogadores, a gente tem um grupo dos jogadores que gente está conversando sempre sobre essas notícias. Pelo que a gente está acompanhando, parece que a CBF vai arrumar datas durante o ano para o fim do Campeonato Carioca. Eu não me oponho a isso, eu sei que existem clubes aqui no Rio de Janeiro de menor investimento que têm jogadores que precisam muito do campeonato regional tanto para visibilidade, quanto para a parte financeira. A cota de TV que eles ganham que ajuda a manter o clube durante esse tempo. Então, para mim, não tem problema nenhum a CBF arrumar essas datas e a gente terminar. Mas isso é um posicionamento meu, não falo pelo clube e não falo pelo meu elenco, é um pensamento meu.

Sobre a temporada: o que tem achado do trabalho do Odair?

Muito bom. E não foi surpresa alguma. A gente já acompanhava o Odair no Internacional, a gente já conseguia ver conceitos no time do Internacional. Quando falaram o nome dele no Fluminense, animou muito os jogadores. E ele conseguiu por isso em pouco tempo no clube. Os resultados vieram… A gente vinha em uma batida muito boa, mas espero que a gente tenha um tempinho para ter essa intertemporada na volta e a gente consiga manter esses bons resultados. Mas eu acho que o grupo assimilou bem os conceitos do Odair e a gente espera continuar durante o ano.

Você acha que dá para sonhar alto com o Flu? O que você projeta para a temporada de 2020?

Pelo que foi apresentado no Carioca, eu acho que sim. A gente é uma equipe super organizada. O Odair conseguiu transmitir bem o pensamento dele, ele tem o grupo na mão, é um cara que sempre faz questão de conversar pessoalmente com cada jogador. Acho que está tudo se encaixando e que podem vir coisas boas durante o ano.

E essa possível volta do Fred?

É o ídolo do Fluminense, é o meu ídolo. Quando eu subi, ele era nosso capitão. Eu torço muito… Ele com certeza vai dar um retorno muito grande dentro de campo para gente, ainda mais fora. Ele é um líder, é unanimidade. Todos os jogadores que jogaram com ele sabem dessa liderança que ele tem. E o craque que ele é, né? Espero muito que isso possa acontecer, que ele possa voltar. Ele tem a minha torcida, e o grupo já está pronto para poder conviver diretamente com ele.

ST!


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