Na coletiva após o jogo, Marcão fala sobre as escolhas na escalação do time e critica a arbitragem: “Tiraram nossa equipe de alguns momentos do jogo”

Neste domingo, Fluminense e Atlético-MG se enfrentaram no Mineirão em um jogo que gerou polêmica. A vitória de virada do Galo, por 2×1, teve outro protagonista além de Hulk, que marcou os gols da partida: o VAR. Isso porque o gol de empate do time da casa foi marcado após uma chamada questionável do VAR para que o árbitro, Marielson Alves Silva, fossa checar um suposto pênalti.

Na coletiva concedida por Marcão após o jogo, o treinador foi questionado sobre algumas decisões na escalação do time e sobre o seu futuro no clube. Na sua primeira manifestação, ainda acrescentou tecendo duras críticas à arbitragem no Campeonato Brasileiro.

“Nossa equipe veio a um grande de jogo e tratamos a partida dessa forma, com muito respeito ao grande adversário. Estávamos bem no jogo, tomando conta das ações, equilibrado no jogo, marcando bem e fizemos um a zero. É lógico que vamos falar do árbitro de vídeo, sr. José Cláudio Rocha Filho, de São Paulo, por chamar o árbitro para um lance como esse. Não costumamos reclamar de arbitragem, mas não podemos deixar de falar. Se tem alguma dúvida, tudo bem, mas não tinha dúvida nenhuma, não era pra chamar.

Claro que com o estádio cheio e a torcida que, estava esperando esse momento, eles iam voltar pro jogo, e é a hora que temos que nos controlar pra voltar o jogo todo. Ele deu um cartão amarelo para o David agora no final, igual a primeira bola do Arana com o Luiz e ele tratou diferente de novo. Muitas faltinhas que aconteceram no jogo.

Não e só isso, eu falo disso porque chega num momento que estoura, chega no limite. Tiraram nossa equipe de alguns momentos do jogo. Além de tudo o que me foi perguntado, tenho que falar sobre essa questão. Uma grande partida dos meninos, infelizmente o resultado não veio, mas foi um time corajoso, jogamos o tempo todo em cima do adversário. Optamos pelos dois volantes que a gente sabia que o time do Atlético jogava muito forte por dentro. Estava controlado com os dois, estávamos com a saída. Conseguimos controlar bem as ações desde o momento em que eles viraram o jogo. O segundo gol normal, aconteceu, desviou na barreira e enganou o Marcos. E a gente teve que ir pra frente, nossa equipe mais uma vez corajosa, buscou. Infelizmente não aconteceu sair daqui como gostaríamos, com o ponto.”

Em seguida, falou sobre as escolhas na escalação do meio tricolor:

“O time estava controlado no jogo, independente do jogador, da posição. O Wellington controlou mais uma vez muito bem a linha defensiva, deu segurança para os nossos homens da frente. André estava muito bem ali naquele setor, muito bem no jogo e o Yago da mesma forma. A gente formou um tripé, independente de nome de pessoas, aqueles que estão jogando ali estão produzindo bastante, estão nos ajudando bastante. Nossa equipe está muito equilibrada e nem pelo fato de a gente ter três volantes a gente deixa de ser ofensivo, deixa de atacar, de buscar transições. Então, hoje a gente voltou com o André, próximo jogo pode ser o Nonato, já jogou o Martinelli, pode ser o Calegari. É o momento.

Eu acho que estão faltando poucas partidas e a gente sente o momento, a semana de cada um. Aquela semana a gente percebeu que era a semana do Calegari e ele já tinha jogado ali por dentro, entregou tudo e é mais uma opção que a gente tem, se tiver a oportunidade de novo de colocá-lo. Hoje eu pensei em colocá-lo também, mas de acordo com a partida. Foi na hora que o Atlético fez gol e a gente optou por mais um homem de passe, para a gente chegar com mais qualidade, que era o Cazares e a gente foi abrindo mão do tripé para tentar buscar o empate.

O Dani Bolt é um cara também que tá treinando bem, a gente trouxe, ele faz esse processo sub23 pro profissional. Se tiver a oportunidade também, a gente vai usar.”

Avaliou o desempenho de Caio Paulista e Arias na partida:

“A gente cobra muito do Caio, vocês cobram muito do Caio, porque sabemos até onde ele pode ir. Mais uma vez, ele entregou taticamente, mas a gente sabe que ele não está conseguindo produzir o que ele vinha produzindo há um tempo. Ele taticamente nos ajudou bastante no início. Era um grande jogo, a imposição física dele nos ajudaria e no segundo momento ele entrega mais isso taticamente do que o Arias, por isso a escolha. Mas a gente vai analisando jogo a jogo. Se no jogo da semana a gente achar que o Arias está melhor nessa questão ofensiva e defensiva, se a gente sentir que é o momento dele, a gente vai tentar utilizá-lo também.

Por fim, respondeu sobre seu futuro no Fluminense:

“Estamos aqui sempre pra ajudar, já deixei claro pra vocês, pro presidente. Vou ser sincero com vocês, pq estou vendo o dia a dia, é difícil pra caramba o Campeonato Brasileiro, a situação que a gente assumiu. E, depois que terminar isso, e se Deus quiser com a missão cumprida, e a expectativa é muito boa, depois de a gente atingir mais uma vez a Libertadores. Depois que acabar isso tudo, aí a gente senta e conversa. O Marcão hoje está vivendo o dia-a-dia. Sendo sincero, não consigo pensar no ano que vem.

Foto: Mailson Santana/FFC