O que eles disseram – O resumo das entrevistas pós jogo

20/11/2018 Pedro Rangel 8 Comentários

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O Fluminense saiu de campo no empate por 0 a 0 com o Ceará ao som de vaias e cantos de “time sem vergonha”. Após a partida, alguns jogadores falaram com a imprensa. Veja os principais destaques:

Igor Julião:

– É chato demais ouvir isso, mas eles têm todo direito de cobrar. Todos sabem da dificuldade que estamos tendo na reta final, mas estão no direito deles. Vieram aqui, pagaram ingresso em uma segunda-feira com chuva. É uma manifestação legítima. Vamos reverter isso. Nosso grupo é muito unido, isso nos dá força. O momento é delicado. Sabemos das dificuldades e da falta de paciência do torcedor, mas o grupo vai passar por isso – falou.

– É triste. Não desejo isso para ninguém. Acho que é uma realidade não só do futebol, mas do país. Tem trabalhador ganhando um salário mínimo e está com dois meses atrasado. Vemos todos os dias na televisão. É chato, triste, espero não passar mais por isso, mas hoje a situação é essa. A diretoria pede para continuarmos mantendo o foco. Sabemos que eles estão correndo atrás. Conseguimos força no nosso grupo – disse, para depois completar -Independente desses problemas, a motivação de jogar no Fluminense é enorme. São problemas sérios, mas acordo feliz todos os dias por treinar no meu clube do coração e defender essas cores – completou.

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Ayrton Lucas:

– Não precisamos nem comentar essas coisas. Todos sabem o que estamos passando. Apesar da dificuldade, não tem ninguém de sacanagem. Somos pais de família. Se a torcida vem aqui apoiar, tem todo direito de vaiar no fim do jogo. Mas primeiro eles tem que vir incentivar a equipe, lotar. Não adianta só vir poucos torcedores para criticar porque não tem ninguém de sacanagem aqui. As vezes passa pela nossa cabeça que a torcida torce para que a gente vá mal para, quando acabar o jogo, ter o direito de cobrar. Mas não é assim. Sempre estamos buscando a vitória.

– A diretoria acaba dando a palavra que vai pagar. Sabemos que o presidente é um homem de palavra. Ele acaba cumprindo quando promete. Apesar de tudo, confiamos na diretoria. Sabemos da dificuldade do clube. Respeitamos, mas não adianta acreditar na palavra, temos nosso direito. Temos contas para pagar, mas quando entramos em campo tentamos esquecer isso e ajudar. Não tem ninguém de sacanagem aqui. Já tivemos reuniões entre nós jogadores. O que pedimos é para entrar concentrado e esquecer tudo que está atrasado e o que estamos passando. Sabemos que é a nossa cara que está aparecendo, nossa carreira. Temos um time muito fechado. Vamos tentar tirar o time dessa situação o quanto antes.

– Não é só o Fluminense, outros times também estão com dificuldades. Enquanto estivermos aqui, precisamos honrar as cores do clube. É difícil, mas ninguém deixa de correr. Ficamos muito tristes, não só pelo resultado de hoje, mas os jogos que estamos fazendo. Estamos correndo, tentando lutar do primeiro minuto até o final, mas estamos pecando no último passe. Não podemos nos desesperar, temos jogos difíceis e temos que manter a calma para sair dessa fase – completou.

Marcos Júnior:

– Está complicado, os gols não estão saindo. Está uma “zica”, está difícil. O time precisa de concentração na hora de finalizar para a bola entrar. Agora é esfriar a cabeça e buscar as vitórias fora de casa. Todo mundo sabe a situação do clube, não vou expor, todo mundo sabe que é ruim. Temos que reagir.

Luciano:

– Nem a gente esperava (o empate), é um empate com sabor de derrota. A gente tinha esse jogo como uma decisão para ficar mais tranquilo pensando no Atlético-PR, mas infelizmente não conseguimos o resultado.

– “Time sem vergonha” eles (torcedores) não têm razão nunca, porque quem tá lá dentro do clube sabe o que a gente (jogadores) está passando, sabe o que a gente está sofrendo e estamos tentando honrar a camisa. Então, nessa partida, eles erraram com a gente

– Treinar a gente treina, é até difícil falar essa hora. Tínhamos esse jogo como decisão. Isso não é só dentro de campo, começa fora de campo. Jogadores não têm cabeça para pensar no futebol com tantos problemas o extracampo. Creio que um pouco dessa parte dentro de campo o que afeta é fora do campo.

– A gente é profissional. Todos os jogadores que estão dentro de campo estão tentando, buscando essa vitória. A força vem das nossas famílias. É um momento muito difícil, complicado. Estamos numa semifinal de campeonato com essa situação toda. A força vem da nossa família. Temos um grupo unido e estamos seguindo nessa batalha esperando que possam vir dias melhores no Fluminense.

Marcelo Oliveira – sobre os jogadores e os gritos da arquibancada:

– Os jogadores do Fluminense são muito dignos, muito honrados, vão até o limite para ganhar os jogos, mas esbarramos um pouco na parte técnica. Não quero entrar nesse mérito (atrasos salariais). O ideal é que fosse diferente. Os jogadores por mais que estejam concentrados e treinando muito, acaba refletindo um pouco. Mas sinto diretoria de pessoas do bem, empenhadas em resolver.

Fonte: Lance, Globo Esporte e ST